No dia 7 de setembro, comemora-se a independência do Brasil, realizada em 1822. O 7 de setembro é uma data muito importante em nosso país, pois simboliza um momento histórico que pôs fim na relação entre ele e a metrópole, Portugal. Desde então, o Brasil conquistou a sua autonomia, estabelecendo-se como uma nação soberana.
O processo de independência transcorreu capitaneado pela elite política que circundava a figura do imperador d. Pedro I. José Bonifácio de Andrada e Silva foi um dos seus protagonistas. Para compreender o processo de independência, é preciso entender a situação do Brasil e de Portugal no início do século XIX.
Tópicos deste artigo
- 1 - Por que e como é comemorado o 7 de setembro?
- 2 - Quem proclamou a independência do Brasil?
- 3 - Contexto histórico da independência do Brasil
Por que e como é comemorado o 7 de setembro?
O 7 de setembro é um feriado nacional brasileiro que se deu na década de 1940, durante o governo Eurico Gaspar Dutra, por meio da lei nº 662, de 6 de abril de 1949.
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a lei nº 662 foi modificada, mas o 7 de setembro foi mantido como um feriado nacional. A versão do governo FHC concretizou-se na lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002.
O 7 de setembro é considerado uma data extremamente importante em nosso país, justamente por ser um marco histórico que delimitou o fim dos laços coloniais que nos ligavam a Portugal. A partir desse evento, o Brasil conquistou a sua autonomia, estabelecendo-se como uma nação soberana.
A data é entendida como um marco de fundação do Brasil, um divisor de águas na história brasileira, e, por isso, deve ser celebrada coletivamente. Assim, no feriado, uma série de eventos acontecem.
Entre eles, destaca-se os desfiles nas principais cidades brasileiras. Os desfiles são realizados pelas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), e com eles ocorrem apresentações de bandas marciais e de diversas entidades civis que se inscrevem para participar do evento.
Em 2022, como parte das comemorações do bicentenário da independência do Brasil, foi organizada uma exposição do coração de d. Pedro I, depositado e preservado em uma urna. O órgão do primeiro imperador do Brasil foi trazido após negociações entre o governo brasileiro e o governo português, sendo exposto em caráter temporário em Brasília.
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Quem proclamou a independência do Brasil?
Na virada de 1821 para 1822, a Corte portuguesa exigiu o regresso imediato de d. Pedro para Portugal, mas ele (que era português de nascimento), em 9 de janeiro, recusou a ordem, declarando então o seu apoio aos brasileiros. Esse dia ficou conhecido como Dia do Fico. O clima de amistosidade entre Portugal e Brasil prosseguiu durante todo o primeiro semestre de 1822.
Em setembro, d. Pedro recebeu da Corte portuguesa um ultimato para voltar a Portugal, sob pena de um ataque das tropas portuguesas às defesas brasileiras. D. Pedro, que estava em São Paulo, recebeu essa notícia no dia 7 e, às margens do rio Ipiranga, declarou o país independente, conclamando as forças de resistência brasileiras à luta contra os portugueses. O historiador Boris Fausto narra o episódio do grito do Ipiranga:
Alcançado em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, dom Pedro proferiu o chamado Grito do Ipiranga, formalizando a Independência do Brasil. Em 1° de dezembro, com apenas 24 anos, o príncipe regente era coroado Imperador, recebendo o título de dom Pedro I. O Brasil se tornava independente, com a manutenção da forma monárquica de governo. Mais ainda, o novo país teria no trono um rei português. Este último fato criava uma situação estranha, porque uma figura originária da Metrópole assumia o comando do país. Em torno de dom Pedro I e da questão de sua permanência no trono, muitas disputas iriam ocorrer, nos anos seguintes.|1|
A consolidação da independência levou três anos. No fim de 1822 e durante o ano de 1823, as tropas brasileiras tiveram que enfrentar as tropas imperiais portuguesas em batalhas em toda a extensão territorial do Brasil. Em 1824, a independência do Brasil foi reconhecida pelos Estados Unidos. Em 1825, Portugal também a reconheceu, mas com uma condição: a exigência de uma indenização de dois milhões de libras. Essa quantia foi emprestada pela Inglaterra, o que gerou a primeira dívida externa do Brasil.
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Contexto histórico da independência do Brasil
Em 1808, a família real portuguesa partiu de Portugal rumo às terras da então Colônia do Brasil, fugindo do ataque imperialista napoleônico. Tal fuga resultou no estabelecimento da Corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro e na elevação do Brasil ao patamar de Reino Unido, junto a Portugal e Algarves. Essa importante decisão política de d. João VI gerou, no Brasil, uma eferverscência política muito grande, que logo causou diferenças de interesses entre liberais e conservadores e entre brasileiros e portugueses.
Nos anos em que d. João VI permaneceu no Brasil, algumas manifestações de nativismo puderam ser observadas, sendo a Revolução Pernambucana, de 1817, a principal delas. Quando, em 1821, d. João VI teve que regressar a Portugal, seu filho, dom Pedro, ficou no Brasil representando a casa de Bragança como príncipe regente.
Porém a situação política interna já estava em crise, pois havia se formado uma elite de brasileiros que tinham interesses na independência e que apresentavam propostas à Corte portuguesa na Constituinte que se formara naquele ano. Boa parte dessa elite recebia influência de ideias europeias, desde velhas correntes absolutistas, passando pelo liberalismo, até sociedades secretas, como a maçonaria.
Nota
|1| FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013. p 116.