No sistema genital masculino, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos encontrados nos testículos. Depois de produzidos, esses espermatozoides são levados, por meio de canais eferentes, até o epidídimo para que adquiram mobilidade. Os epidídimos são encontrados nos dois testículos, e de cada epidídimo sai um tubo chamado de canal deferente, que é o responsável por levar os espermatozoides até a uretra, onde sairão na ejaculação.
A vasectomia nada mais é do que a retirada de uma parte de cada um dos dois canais deferentes, para interromper a circulação dos espermatozoides e os impedir de chegar até o pênis (onde seriam liberados na ejaculação). Dessa forma, podemos considerar a vasectomia como um procedimento cirúrgico simples e um método contraceptivo muito seguro. Esse procedimento torna o homem estéril, mas não interfere de modo algum em sua produção de hormônios e nem em sua virilidade.
A vasectomia é feita com anestesia local, às vezes sendo realizada no próprio consultório médico, e os pacientes são liberados logo após a cirurgia. Segundo o médico Sami Arap, professor de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médico do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, alguns pacientes saem da cirurgia e vão direto para o trabalho. O médico afirma que homens que fazem a vasectomia devem fazer o espermograma um ou dois meses após o procedimento, já que em 2% ou 3%dos casos pode se formar um granuloma espermático na região entre o testículo e o canal deferente, podendo vazar um pouco de esperma. Dessa forma, ainda há a possibilidade de gravidez, já que o sêmen ainda contém espermatozoides.
Na maioria das vezes, os homens que optam por esse procedimento já têm mais de três filhos. Eles fazem a vasectomia para que suas esposas não precisem fazer a laqueadura (que é uma cirurgia muito invasiva) e o casal deixe de usar outros métodos contraceptivos. Muitos homens têm medo da vasectomia, por acharem que ela afetará sua vida sexual, mas especialistas garantem que não há nenhuma interferência na virilidade do homem. “Não existe nenhum prejuízo ou vantagem orgânica objetiva com relação à potência ou à performance sexual”, afirma Arap.
Mesmo depois de fazer a vasectomia, o homem continuará eliminando o líquido espermático na ejaculação, pois este líquido não é composto apenas de espermatozoides, mas também de fluidos produzidos pela vesícula seminal e pelas glândulas bulbouretrais, que não param de produzi-lo. Esse líquido que será ejaculado pode tornar-se mais ralo e, é claro, não conterá espermatozoides.
Após a realização da vasectomia, o testículo continua a produção de espermatozoides que ficam retidos no epidídimo. Com o acúmulo de espermatozoides, o epidídimo se distende e os espermatozoides que estão em seu interior amadurecem. Por esses espermatozoides não serem eliminados, a sua produção diminui consideravelmente.
A reversão da vasectomia é possível, mas trata-se de um procedimento delicado, que exige uma equipe especializada. Na cirurgia de reversão o paciente precisa ser hospitalizado, já que o procedimento é realizado em centro cirúrgico e com o uso de microscópio com aumento de 5 a 20 vezes.