O transtorno bipolar se caracteriza por um quadro no qual a pessoa apresenta alterações de humor: em certos momentos, apresenta-se eufórica (mania) e em outros, com humor depressivo. No primeiro caso, temos a euforia, humor expansivo, perda da noção de perigo e sentimento de grandiosidade como algumas de suas características. Já no segundo, tristeza, desânimo, apatia, problemas de concentração, pensamentos negativos e baixa autoestima são as principais. Entre uma fase e outra, a pessoa pode permanecer com comportamento normal; ou apresentar os sintomas de forma mais leve.
Suas causas não são, ainda, muito claras, mas sabe-se que pessoas portadoras tendem a ter antecedentes familiares com a doença. Acredita-se que cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam bipolares.
A intensidade e frequência destes quadros variam de pessoa para pessoa. O bipolar tipo 1 é o que apresenta um quadro mais grave, já que na fase maníaca tende a ter comportamentos mais arriscados e abusivos, como gastar mais do que seu orçamento permite, participar de rachas, ter atividades promíscuas ou mesmo brigar na rua; e na fase depressiva, pode ficar muito mal e até tentar suicídio. O bipolar tipo 2 se apresenta com comportamento mais brando nas duas fases, e tais oscilações são mais breves. Há também a ciclotimia, na qual o humor é mais oscilante e não apresenta fases marcadas por depressão ou mania.
Há muitos anos, o bipolar era chamado de maníaco-depressivo, mas essa expressão, na atualidade, encontra-se em desuso, já que nem todas as pessoas apresentam quadros definidos de mania, como os do tipo 1.
Essa doença tende a causar muita angústia, principalmente em pessoas não diagnosticadas, já que, muitas vezes, não compreendem o porquê de terem determinados comportamentos e reações. Os pensamentos podem se apresentar confusos, assim como os sentimentos e, pelo fato de muitas vezes agir de forma contraditória ou inadequada, o bipolar tende a ter problemas de relacionamento. O uso de álcool e drogas pode fazer parte da tônica do sujeito; e prejudica ainda sua saúde física e mental.
O diagnóstico não é simples, uma vez que as características da doença podem ser confundidas com transtorno obsessivo compulsivo, déficit de atenção, transtornos de personalidade, hiperatividade, ou depressão; se forem analisadas de forma isolada. Assim, descrever bem o que acontece pode ser uma forma de isso não ocorrer, caso a pessoa desconfie que seja bipolar.
O tratamento, na maioria das vezes, inclui o uso de estabilizadores de humor associados a antidepressivos e terapia. Esta se faz necessária pelo fato de que, conhecendo-se melhor, o indivíduo tende a saber como lidar com o seu diagnóstico no dia a dia.