As enzimas são substâncias orgânicas de origem, normalmente, proteica e que atuam catalisando reações biológicas. São de extrema importância para o funcionamento dos organismos vivos, uma vez que, como catalizadoras, aceleram a velocidade das reações sem interferir nesses processos.
Por muito tempo, a ideia de que as enzimas possuíam um subtrato complementar foi mantida e ensinada em livros didáticos. Segundo essa ideia, proposta por Emil Fischer em 1894, cada enzima encaixava-se perfeitamente em um substrato específico, o que garantia a especificidade de cada uma delas. Essa teoria ficou conhecida como modelo “chave-fechadura”
De acordo com o modelo de Fischer, as enzimas e substratos possuíam uma complementaridade bastante rígida, não podendo ocorrer nenhuma flexibilidade entre os envolvidos. Entretanto, pesquisas sugerem que pode ocorrer uma mudança conformacional na enzima, o que contradiz o modelo tão difundido da “chave-fechadura”.
A teoria do encaixe induzido foi desenvolvida por Koshland e colaboradores em 1958 e afirmou que o substrato provoca uma mudança na conformação da subunidade de uma enzima, permitindo que ela atinja a forma necessária para que o processo catalítico ocorra. Assim sendo, ocorre uma indução para que haja mudanças que permitam o reconhecimento do substrato. Além disso, a modificação gerada na enzima pode ser passada para enzimas próximas, o que garante a eficiência do processo.
Observe o esquema que ilustra a teoria do encaixe induzido
De acordo com essa nova visão, a interação entre a enzima e o substrato não é um processo rígido e inflexível. Ele demonstra a capacidade da enzima de se adaptar ao substrato, fato que era impossível no modelo anteriormente proposto.
Atenção: Atualmente, muitos livros didáticos ainda trazem o modelo “chave-fechadura” para explicar a interação entre as enzimas e os substratos. Entretanto, nas pesquisas acadêmicas, observa-se uma grande aceitação da teoria do encaixe induzido.
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