A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é conhecida há muito tempo na história. Segundo alguns estudos, o primeiro relato da SGB foi em 1834, sendo, portanto, uma doença conhecida há mais de um século.
→ Mas, afinal, o que é a Síndrome de Guillain-Barré?
A SGB é uma polirradiculoneuropatia inflamatória que causa debilidade progressiva ascendente. Ela afeta os nervos periféricos e craniais, causando a sua desmielinização, ou seja, perda da bainha de mielina ou dano axonal.
→ A Síndrome de Guillain-Barré afeta algum grupo específico?
A SGB afeta todas as pessoas de igual maneira, independentemente de idade, sexo ou classe social. Apesar de não afetar grupos específicos, a síndrome é mais comum em homens e apresenta frequência maior com o avanço da idade. Na América do Norte, por ano, surgem de dois a quatro casos a cada 100.000 habitantes, um padrão que se repete no restante do globo.
→ Quais são as causas da Síndrome de Guillain-Barré?
As causas exatas da SGB ainda são desconhecidas. Alguns autores, no entanto, consideram a síndrome como sendo de natureza autoimune, enquanto outros relacionam o problema com respostas imunológicas a agentes infecciosos.
Dados mostram que 60% dos pacientes com SGB apresentaram uma infecção nas semanas anteriores ao desenvolvimento da síndrome, o que reforça a tese das respostas imunológicas. Nesse caso, os antígenos causadores da infecção apresentam moléculas químicas semelhantes às moléculas dos nervos do paciente. Isso faz com que anticorpos sejam produzidos e os nervos sejam atacados.
Algumas doenças já foram indicadas como responsáveis pelo desenvolvimento da SGB, como alguns tipos de cânceres, herpes, hepatite, citomegalovírus e infecções gastrointestinais. Alguns estudos indicam ainda a relação entre a síndrome e o vírus Zika, que é transmitido pelo mesmo mosquito transmissor da dengue e da chikungunya: o Aedes aegypti.
→ Quais são os sinais e sintomas da Síndrome de Guillain-Barré?
A SGB pode ser definida por um conjunto de três sintomas principais: sensação cutânea como formigamento e queimação, debilidade que ocorre de forma ascendente e ausência de reflexos. O paciente pode apresentar ainda diminuição da força muscular, paralisia, dor muscular, dificuldade de mover os músculos da face, dificuldade de deglutição e dificuldade respiratória.
O paciente normalmente apresenta evolução rápida da doença, com grande comprometimento nas primeiras 72 horas. Após essa fase, conhecida como progressão, ocorre a estabilização e a regressão dos sinais e sintomas. Essa última fase pode demorar até mesmo meses para ocorrer.
Por acometer a deglutição, a síndrome é considerada potencialmente fatal, pois pode ocasionar broncoaspiração, aumentando o risco de infecções. Além disso, pode ocorrer falência respiratória. Apesar de possuir cura, a síndrome pode ocasionar o óbito de 2% a 5% dos acometidos.
→ Como é feito o tratamento da Síndrome de Guillain-Barré?
A grande maioria dos casos, cerca de 95%, apresenta completa recuperação. Para isso, é necessária ajuda médica ainda no início dos sintomas. O médico será responsável pela imunomodulação, ou seja, controle das reações imunológicas.
Além da imunomodulação, é fundamental que outras medidas sejam tomadas, como a fisioterapia geral e a respiratória, acompanhamento com fonoaudiólogo, suporte nutricional, uso de heparina para evitar tromboembolismo, entre outras medidas. Em pacientes em que a respiração foi muito afetada, faz-se necessário o uso de ventilação mecânica.