A sífilis, também chamada de lues, ou cancro duro, é uma doença provocada pela bactéria Treponema pallidum. A contaminação se dá, principalmente, por meio de relação sexual desprotegida, situação na qual a bactéria tem contato com o organismo por meio de fissuras na pele ou mucosas. Gestantes, portadoras da doença, podem transmiti-la ao feto; assim como transfusões de sangue; e, em casos mais raros, inoculação acidental de sangue contaminado em profissionais da saúde.
Com período de incubação de aproximadamente 20 dias, aparecem feridas (cancros) pelo corpo, principalmente nas genitais e mucosas, com bordas endurecidas e fundo macio, acompanhadas ou não de ínguas na virilha. Tais lesões não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus, e tendem a desaparecer, espontaneamente, em até seis semanas, sem deixar marcas. Em algumas mulheres, as mesmas não são visíveis, reforçando a importância de se visitar, com regularidade, o ginecologista. Tais sintomas se referem à primeira fase da doença.
Cerca de 6 semanas após o surgimento das feridas, mesmo que elas não tenham ainda se curado, ocorre a fase secundária da doença, caracterizada por mal-estar, febre, dor de cabeça e garganta, perda de apetite, perda de cabelos, aparecimento de ínguas por todo o corpo; e, em 80% dos casos, surgimento de pequenas manchas rosadas e planas, em todo o corpo, exceto no rosto. Tal fase está relacionada à disseminação da bactéria pelo corpo, e também tende a regredir espontaneamente.
Alguns indivíduos podem permanecer por toda a vida nesta fase, já outros podem desenvolver um quadro latente, podendo manifestar os sintomas e contaminar outras pessoas caso tenha reincididas, com sintomas próprios do segundo estágio da doença. Em um terceiro caso, o quadro tende a evoluir para a sífilis crônica: a fase terciária.
Geralmente ela se manifesta após um longo período de latência, 10 a 40 anos após a infecção, sem manifestação de sintomas. Ela é caracterizada pelo comprometimento progressivo de regiões, como o cérebro, medula, ossos, olhos, coração, vasos sanguíneos, dentre outras, destruindo seus tecidos e incapacitando o portador.
Considerando estes fatos, e a seriedade de seus quadros, a manifestação de sintomas semelhantes requer diagnóstico preciso, a fim de verificar sua ocorrência. O histórico sexual, a presença de feridas e a detecção de anticorpos antitreponema no sangue são as principais formas de obter tais resultados. O tratamento é feito por meio da utilização de antibióticos, em doses e horários recomendados pelo médico, a fim de evitar maiores complicações; sendo necessário que o parceiro também faça exames e, caso positivo, também se trate. É recomendada a abstinência sexual até o fim do tratamento.
Vale lembrar que, na primeira e terceira fases, a doença é mais contagiosa; e, quanto mais cedo for tratada, menor a probabilidade de o indivíduo apresentar sequelas ou evoluir para as próximas etapas. É importante frisar que o desaparecimento dos sintomas não significa, necessariamente, a cura da doença.
Para prevenção, limitar o número de parceiros e utilizar a camisinha em todas as modalidades de relações sexuais são medidas muito importantes para diminuir a probabilidade de se infectar por essa bactéria. Mulheres que pretendem engravidar, ou já estão gestantes, devem fazer testes para diagnosticar a sífilis; e, em caso positivo, devem informar ao médico, fazer o pré-natal corretamente e reivindicar cuidados especiais no momento do parto, para evitar que o bebê tenha sequelas.
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