A escabiose, chamada popularmente de sarna humana, é uma dermatose causada por um ácaro conhecido por Sarcoptes scabiei var. Hominis. Ocorre em todas as faixas etárias e não possui preferência por idade ou raça, estando intimamente relacionada com questões de imunidade, hábitos de higiene, condições de vida e aglomerados habitacionais.
A contaminação ocorre através do contato direto com pessoa doente, bem como através do contato com roupa de cama ou objetos pessoais, além de relação sexual. Quando em contato com a pele, os ácaros enterram-se sob ela, causando lesões como vesículas, pápulas e sulcos. A perfuração e a penetração ocorrem em um pequeno intervalo de tempo de aproximadamente dois minutos. Na forma clássica, são encontrados em torno de quinze ácaros no corpo.
Uma das principais características da doença é a coceira intensa, que acaba levando a escoriações na pele e, em alguns casos, a infecções secundárias. O prurido é maior nos períodos noturnos, horário em que o parasita realiza uma maior movimentação, e é decorrente de uma reação alérgica aos produtos metabólicos produzidos pelo parasita.
Na pessoa com escabiose, observa-se a presença das chamadas galerias ou túneis, que apresentam uma porção terminal cega com uma vesícula. Essas lesões são lineares e típicas da doença, podendo ser verificadas em regiões como as aréolas mamárias, axilas, abdome, regiões glúteas, punhos e pênis.
Existe uma forma altamente grave e rara da doença que é chamada de sarna norueguesa ou crostosa. Ela recebe esse último nome em virtude das lesões crostosas e espessas que acabam dificultando o tratamento. Essa sarna apresenta uma grande quantidade de ácaros na pele, sendo encontrados até mais de um milhão de parasitas. Ela afeta principalmente indivíduos que se apresentam imunocomprometidos, com pouca higiene ou vivendo em condições precárias.
O diagnóstico da sarna é feito através da análise de material proveniente da biópsia de pele e de raspagem, além da observação clínica. Após confirmado o diagnóstico, o tratamento recomendado inclui a administração de remédios orais, além de loções e shampoos de uso diário. Em alguns casos, para diminuir o quadro de coceira, o médico poderá indicar um anti-histamínico. Vale destacar que o prurido pode continuar por até quatro semanas após a eliminação de todos os ácaros.
Como medidas de controle da doença, podemos destacar o tratamento do doente, a lavagem de roupas pessoais e de cama e banho com água quente e o tratamento de pessoas que tiveram contato com o paciente.
É importante destacar que o uso de medicamentos não adequados ao tratamento pode piorar o quadro da doença. Sendo assim, evite receitas indicadas por amigos. O correto é procurar o dermatologista caso observe qualquer lesão ou sinta algum sintoma desagradável na pele, como coceiras intensas.