A saliva é um líquido bucal claro, viscoso e alcalino, constituído predominantemente por água (aproximadamente 95%). Ela também é formada por aminoácidos, sais minerais, alguns íons (como o potássio e o bicarbonato); além de produtos do metabolismo da flora bucal, e células epiteliais e bacterianas. As glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais são as principais responsáveis pela sua produção, permitindo com que, a cada dia, nosso organismo libere entre um e dois litros dessa substância.
Além de sinalizar quando precisamos ingerir água, a saliva auxilia no umedecimento dos alimentos, na digestão do amido (graças à presença da ptialina) e na deglutição; neutraliza a acidez da boca, umedece todos os tecidos moles e duros da cavidade bucal, auxilia a fala e evita a proliferação de bactérias patogênicas. Este último aspecto se deve à presença de uma substância chamada lisozima, que é bactericida e também cicatrizante – é por isso que muitos animais costumam lamber suas feridas, e também porque fazemos isso, muitas vezes instintivamente.
A ausência de saliva, ou mesmo sua escassez, propicia a manifestação de infecções orais, cáries e úlceras bucais. Por outro lado, ela pode ser fonte de transmissão de doenças infectocontagiosas; quando seus agentes causadores são liberados, juntamente com ela, na respiração, ao tossir ou espirrar. Gripe, resfriado e tuberculose são exemplos.
Fatores que aumentam a salivação:
- Estímulos gustativos, principalmente ácidos;
- Estímulos táteis, como objetos lisos da boca (piercing, balinha, etc.);
- Irritação no estômago;
- Estimulação do sistema nervoso parassimpático;
- Aumento da velocidade mastigatória e/ou do bolo alimentar.
Fatores que diminuem a salivação:
- Sede;
- Objetos ásperos na boca;
- Estimulação do sistema nervoso simpático.
CURIOSIDADES:
Uma vez que a saliva acusa alterações no organismo, como taxas altas de glicose e colesterol, estudos têm sido desenvolvidos para que esse líquido seja utilizado para alguns diagnósticos, com a vantagem de não ser um procedimento invasivo e, possivelmente, mais barato.
Soterrados devido à enchente de Nova Friburgo (RJ), no início de 2011, o pai de um bebê conseguiu mantê-lo saudável e hidratado ao oferecer sua saliva a ele.