Retrovírus são vírus envelopados de RNA que apresentam como característica marcante a presença de uma enzima chamada de transcriptase reversa. Essa enzima garante um fluxo de informação em direção oposta ao que normalmente observamos, transcrevendo um mol de RNA em DNA.
Durante o ciclo replicativo desses vírus, o DNA complementar é incorporado ao DNA cromossômico. O DNA viral integrado é denominado provírus, e os genes do provírus serão transcritos em RNA, o qual poderá atuar como RNAm para a síntese de proteínas virais e como genoma para os novos vírus. São exemplos de retrovírus o HIV e o HTLV.
Leia também: O que são adenovírus e que problemas eles podem causar?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre retrovírus
- 2 - O que é um retrovírus?
- 3 - Ciclo replicativo do retrovírus
- 4 - Exemplos de retrovírus
Resumo sobre retrovírus
-
Retrovírus são vírus de RNA que possuem a enzima transcriptase reversa.
-
A enzima transcriptase reversa garante o fluxo de informação no sentido RNA → DNA.
-
No ciclo reprodutivo dos retrovírus, a transcriptase reversa catalisa a síntese do DNA viral, o qual, posteriormente, se integra ao DNA cromossômico.
-
Um dos retrovírus mais conhecidos é o HIV.
O que é um retrovírus?
Retrovírus são vírus que possuem material genético constituído por RNA e que apresentam a enzima denominada transcriptase reversa. A transcriptase reversa destaca-se por sua capacidade de transcrever um mol de RNA em DNA. Desse modo, diferentemente do que normalmente acontece, os retrovírus garantem que a informação siga o fluxo RNA → DNA.
Além de possuírem RNA e a enzima transcriptase reversa, os retrovírus são envelopados. O envelope é um envoltório mais externo que apresenta natureza fosfolipídica. Esse envelope é derivado da membrana celular da célula hospedeira e é formado quando o vírus é liberado da célula após o ciclo de replicação.
Ciclo replicativo do retrovírus
Para exemplificar o ciclo replicativo do retrovírus, usaremos o retrovírus mais conhecido, o HIV. O ciclo inicia-se quando as glicoproteínas do envelope do vírus se conectam aos receptores de determinados leucócitos. Ocorre então a fusão do vírus e a liberação do RNA e das proteínas virais.
A enzima transcriptase reversa catalisará a síntese de uma fita de DNA complementar ao RNA viral. O DNA viral recém-sintetizado entra no núcleo da célula hospedeira e se integra ao DNA cromossômico, formando o que denominamos provírus. Os genes do provírus serão transcritos em moléculas de RNA, que atuarão como genoma para a formação de novos vírus, que serão montados e liberados, ou então como RNA mensageiro, para a tradução em proteínas virais.
Saiba mais: Vírus são seres vivos ou não vivos?
Exemplos de retrovírus
São exemplos de retrovírus o HIV e o HTLV. O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é o responsável por desencadear aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). O HIV acomete os linfócitos CD4+, células de defesa do nosso organismo que atuam no sistema imunológico. À medida que o vírus se multiplica, o organismo vai se tornando cada vez mais debilitado e incapaz de combater infecções, tornando-se suscetível a doenças oportunistas. A infecção pelo HIV não possui cura, mas hoje existem medicamentos que controlam o avanço do vírus, garantindo melhoria na vida dos portadores e até mesmo reduzindo as chances de transmissão.
O HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas) é um retrovírus que possui quatro subtipos, sendo o HTLV-1 o subtipo responsável por causar mais doenças associadas. Segundo o Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, o HTLV-1 está associado à oncogênese e a doenças inflamatórias crônicas, tais como a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL) e a mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM).
Além disso, ainda de acordo com o Departamento, também estão associadas ao HTLV-1 outras manifestações, tais como dermatite infecciosa, uveíte, síndrome sicca, ceratite intersticial, síndrome de Sjögren, tireoidite de Hashimoto, miosite e artrite.