Sabemos que em nosso corpo encontramos milhares de neurônios, também chamados de células nervosas. Essas células são as unidades básicas do sistema nervoso e são as responsáveis pela propagação do impulso nervoso para as diversas partes do corpo.
Os impulsos nervosos são caracterizados por uma alteração na diferença do potencial elétrico através da membrana plasmática do neurônio. Essa alteração ocorre graças à capacidade da membrana de selecionar os íons que entram e saem da célula.
Quando um neurônio encontra-se no estado de repouso, a face interna da membrana dessa célula apresenta carga negativa quando comparada ao meio externo. Essa diferença de potencial é chamada de potencial de membrana ou potencial de repouso e apresenta cerca de -70 a -90 milivolts. O potencial de repouso só é alcançado graças à atividade da conhecida bomba de sódio e potássio (Ler texto sobre transporte ativo).
Quando um neurônio é estimulado, seja por um estímulo químico, elétrico ou mecânico, ocorrem alterações na conformidade das proteínas localizadas na membrana. Os canais de sódio abrem-se, permitindo uma rápida entrada desse íon para o interior da célula. Isso faz com que ocorra uma mudança de potencial da membrana (despolarização). Após um momento, esses canais fecham-se e abrem-se os de potássio, ocasionando uma rápida saída desse íon. Essa saída faz com que a membrana volte ao seu estado de repouso. Essas alterações são chamadas de potencial de ação ou impulso nervoso.
Observe a representação esquemática da propagação do impulso nervoso
As alterações de potencial ocorrem localmente e vão estimulando as regiões adjacentes, fazendo com que o potencial de ação passe rapidamente ao longo de todo neurônio. Ao chegar à extremidade do neurônio, esse impulso provoca a liberação de neurotransmissores na sinapse, fazendo com que outra célula seja estimulada. Vale frisar que a propagação do impulso ocorre naturalmente apenas em um único sentido.
Depois da passagem do impulso nervoso, o neurônio fica um tempo sem responder a um novo estímulo. Esse pequeno intervalo de tempo é chamado de período refratário absoluto. Após esse período, estabelece-se o período refratário relativo, em que é necessário um estímulo maior que o normal para desencadear o processo do impulso nervoso.
É importante destacar que um impulso para ser desencadeado deve receber um estímulo de determinada intensidade, que é chamado de estímulo limiar. Cada neurônio apresenta um limiar diferente.
IMPORTANTE: O impulso nervoso é chamado de saltatório, pois ele não consegue passar nos locais em que há a presença da bainha de mielina, uma substância isolante encontrada em alguns neurônios. Nessas células nervosas, o impulso só passa nos nódulos de Ranvier, saltando de nódulo para nódulo.