A placenta é um órgão que surge durante o período gestacional da mulher, por isso é considerado um órgão fetal ou embrionário. A placenta possui grande importância na gestação, pois é por meio dela que as trocas gasosas são realizadas. A cada nova gestação uma nova placenta é formada pelo corpo da mulher, isso porque ao dar à luz, a mulher expele a placenta junto com o novo ser.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre placenta
- 2 - O que é placenta?
- 3 - Principais funções da placenta
- 4 - Anatomia da placenta
- 5 - Estrutura da placenta
- 6 - Como é a formação da placenta?
- 7 - Quais são os tipos de placenta?
- 8 - Por que a placenta é importante?
- 9 - Doenças da placenta
Resumo sobre placenta
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A placenta é um órgão que se forma apenas durante a gestação.
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Nutrição, proteção e produção de hormônio são algumas das funções da placenta.
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É eliminada após o nascimento do bebê.
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Esse órgão pesa aproximadamente 500 gramas.
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Começa a se formar desde a implantação do embrião no útero.
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A placenta envelhecida é um dos problemas que podem acometer esse órgão.
O que é placenta?
A placenta é um órgão específico que se forma apenas durante o processo de gestação. Um dos papéis mais importantes desse órgão é auxiliar nas trocas gasosas e de nutrientes durante o desenvolvimento do bebê.
Por ser um órgão que possui função apenas na gestação, logo após o parto, naturalmente o corpo elimina a placenta. O médico obstetra possui fundamental importância para que não fique nenhum resíduo placentário dentro do corpo da mãe, evitando assim complicações pós-parto.
Principais funções da placenta
A placenta possui diversas funções, todas convergem para que a saúde do feto seja mantida. No entanto, a placenta possui algumas funções específicas, como:
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Proteção do feto: a placenta age como uma espécie de barreira, bloqueando a passagem de substâncias que possam ser prejudiciais ao bebê.
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Troca de substâncias: tanto o oxigênio quanto diversos nutrientes são necessários para que o feto cresça e se fortaleça, e a placenta proporciona essa troca da mãe para o bebê. A troca também ocorre do bebê para com a sua mãe, ela expele o produto da respiração do feto.
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Produção de hormônios: durante o período de gestação, muitos hormônios são produzidos. A placenta é responsável pela produção de diversos deles, como o HCG (gonadotrofina coriônica humana) e o CRH (hormônio liberador de corticotrofina).
Anatomia da placenta
A placenta tem um formato semelhante a um bolo achatado. O seu tamanho é, em média, de 15 cm de diâmetro e de 3 cm de espessura. O peso da placenta é, em média, de 450 a 500 gramas.
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Estrutura da placenta
A placenta é formada por duas superfícies: a placa coriônica ou superfície fetal, e a placa basal ou superfície materna. A primeira corresponde à parte da placenta que se encontra virada para a cavidade uterina e para o feto. Essa região é coberta por outro órgão, a membrana amniótica, que secreta o líquido amniótico. Esse líquido, além de ajudar nas trocas gasosas, também atua na proteção do feto. Já a placa basal ou superfície materna é uma superfície que só é identificada após a separação da placenta e da parede do útero.
Como é a formação da placenta?
Quando ocorre a gravidez, o corpo da mulher se prepara para receber e acomodar o bebê. A placenta, ao se formar, vai fornecer ao bebê nutrientes e trocas gasosas necessárias para que a gravidez se desenvolva saudável. A sua formação ocorre assim que ocorre a nidação (implantação do embrião na parede uterina), e rapidamente a placenta se desenvolve, equiparando-se ao tamanho do feto por volta das 16 semanas.
Quais são os tipos de placenta?
Os animais que alimentam os fetos por meio da placenta são chamados de placentários. E existem diferentes tipos de placentas, que são divididas entre placentas decíduas e placentas indecíduas.
As placentas são classificadas enquanto decíduas quando ocorre a destruição parcial da mucosa uterina durante o processo gestacional. Isso ocorre pois há uma adesão muito intensa entre essas duas partes, o que causa sangramento no parto. Já nas placentas indecíduas ocorre o oposto, a mucosa uterina se mantém intacta até o parto. Vejamos a seguir os dois tipos de placentas decíduas e indecíduas.
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Placenta decídua zonária: é a placenta encontrada em animais carnívoros, nela os tecidos do feto e os da mãe se mantêm ligados. Isso ocorre devido à mucosa do útero e o tecido situado abaixo dele serem destruídos pelo córion sem prejudicar os capilares sanguíneos.
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Placenta decídua discoide: é a placenta encontrada nos seres humanos, nela há a destruição do endotélio dos capilares maternos graças à penetração do córion, o que acaba formando algumas lacunas de sangue. Apesar de o sangue materno chegar até essas lacunas, não há mistura de sangue da mãe e do feto.
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Placenta indecídua difusa: esse tipo de placenta é encontrado em vários animais, como as éguas. Nesse tipo de placenta não ocorre mudanças na mucosa uterina, assim os vasos sanguíneos tanto da mãe quanto do feto ficam distantes.
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Placenta indecídua cotiledonária: placenta comum em vacas. As vilosidades da placenta são como o próprio nome diz, agrupadas em cotilédones (folhas embrionárias). Nesse tipo de placenta há contato entre os vasos sanguíneos da mãe e do feto.
Por que a placenta é importante?
Apesar de a placenta ser um órgão temporário, ela possui grande importância durante o processo de gestão humana, proporcionando o crescimento e desenvolvimento do feto. A seguir veremos algumas funções importantes da placenta.
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Nutrição do feto: é por meio da placenta que o feto recebe nutrientes como oxigênio, água, eletrólitos, glicose, aminoácidos e ácidos graxos.
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Eliminação de resíduos: após o metabolismo dos nutrientes, os resíduos que não são aproveitados são eliminados. A placenta ajuda a transportar esses resíduos da circulação fetal para a circulação materna, onde podem ser eliminados pelo sistema excretor da mãe do feto.
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Barreira física de proteção: forma uma barreira entre o sistema circulatório do feto e o da mãe, dessa maneira não ocorre a mistura direta entre os sangues.
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Produção hormonal: esse órgão produz uma variedade de hormônios que são extremamente necessários no período gestacional, por exemplo, a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Estrogênio e progesterona também são produzidos pela placenta.
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Barreira imunológica: a placenta atua também como uma barreira imunológica, fazendo a proteção do feto contra microrganismos que possam estar presentes na corrente sanguínea materna.
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Doenças da placenta
Durante a gravidez, é possível que ocorram algumas doenças relacionadas com a placenta. Vejamos a seguir algumas das intercorrências mais comuns.
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Placenta prévia: essa situação ocorre quando a placenta se aloja cobrindo parcial ou completamente o útero ou se implanta na parte inferior dele. Pode ocorrer sangramento vaginal. Repouso e possibilidade de uma cesariana são geralmente indicações médicas nesses casos.
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Trombose ou infarto placentário: essa situação ocorre quando um vaso sanguíneo entope, criando uma trombose. Nesse caso, o bebê pode ter uma diminuição na quantidade de sangue que recebe da mãe.
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Descolamento prematuro da placenta: essa talvez seja a intercorrência mais comum, e ocorre quando a placenta se separa do útero (parcial ou completamente). Dores abdominais intensas e sangramento vaginal ocorrem no caso do descolamento prematuro da placenta. Além disso, a troca de gases e de nutrientes da mãe para o feto é comprometida; essa condição necessita de intervenção médica imediata. Para saber mais, clique aqui.
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Placenta envelhecida: também conhecida como placenta calcificada, é um processo em que ocorre o envelhecimento do tecido que compõe a placenta. No entanto, isso só se torna um problema caso ocorra antes das 34 semanas, pois aí pode prejudicar o desenvolvimento do feto.
Fontes
GILBERT, S.F., BARRESI M.J.F. Developmental Biology. 11 ed., Sinauer Associates, 2016.
HUPPERTZ, B. The anatomy of the normal placenta. J Clin Pathol. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18755720/.