Muitas pessoas são adeptas à teoria de que o que é natural não provoca nenhum mal e, por isso, fazem uso indiscriminado de plantas medicinais. Apesar de serem produtos naturais, as plantas possuem compostos que podem causar danos à saúde. Assim, aquilo que deveria curar pode desencadear problemas maiores.
O uso de plantas medicinais ocorre desde os primórdios da humanidade. Estudos indicam, por exemplo, que há 60.000 anos já se utilizavam plantas com a finalidade de solucionar problemas de saúde. Atualmente, o uso de plantas para esse fim tem aumentado significativamente, principalmente pela busca de tratamentos alternativos de saúde, medida essa recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
Normalmente, o uso de plantas medicinais ocorre pela recomendação feita por algum amigo ou parente. Entretanto, na maioria dos casos, essas recomendações são feitas sem nenhum embasamento científico, sendo apenas relatos passados de geração para geração. É importante considerar que as plantas podem sim trazer benefícios, sendo inclusive base de uma grande gama de medicamentos, mas também podem conter substâncias que podem provocar reações alérgicas, interações medicamentosas, abortos e até mesmo a morte.
O maior problema encontra-se no fato de que várias plantas medicinais são vendidas sem nenhum tipo de controle. Muitas vezes as plantas vendidas não possuem estudos científicos conclusivos, além do fato de vários vendedores até mesmo desconhecerem o produto que estão vendendo. Além disso, a dose recomendada não é informada e o paciente realiza o tratamento de maneira inadequada.
Na maioria das vezes, o uso de plantas medicinais ocorre sem que esse fator seja informado ao médico, pois ainda é muito arraigado o conceito de que produtos naturais não causam danos. Isso, no entanto, pode acarretar graves prejuízos, uma vez que muitas substâncias podem causar diversos problemas.
Como exemplo de planta medicinal usada indiscriminadamente, podemos citar a carqueja (Baccharis trimera), que, apesar de possuir vários benefícios comprovados cientificamente, é responsável por abortos se usada em altas doses. Além dessa planta, podemos citar o ginkgo (Ginkgo biloba), que, se usado concomitantemente com o ácido acetilsalisílico, pode aumentar o efeito anticoagulante do medicamento e, consequentemente, aumentar os riscos de hemorragias. Destaca-se também o mastruz (Chenopodium ambrosioides), que possui ação hepatotóxica em crianças.
Diante do exposto, fica claro que o uso de plantas medicinais, apesar de ter seus benefícios, deve ser feito com cautela. Doses inadequadas, falta de conhecimento a respeito de alergias e reações medicamentosas, por exemplo, podem levar o usuário à morte.
ATENÇÃO: Se você estiver grávida, não faça uso de plantas medicinais. Diversas plantas provocam aborto. Se apresentar problemas de saúde, procure imediatamente o médico.