Quando observamos uma árvore, percebemos que ela nem sempre tem um caule com aparência lisa como as plantas herbáceas. Isso se deve ao fato de que, em plantas com crescimento secundário (crescimento em espessura), verifica-se a substituição da epiderme da raiz e do caule por um conjunto de tecidos denominados de periderme.
Tópicos deste artigo
→ Características da periderme
A periderme é um conjunto de tecidos que substitui a epiderme em caules e raízes de plantas que possuem crescimento secundário. Ela é formada por três tecidos: o súber, o felogênio e a feloderme. Veja a seguir as principais características desses três tecidos.
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Súber: O súber, também conhecido como felema, apresenta como característica mais marcante a presença de suberina (substância graxa) em suas paredes celulares. Esse tecido possui células de formato variado que ficam mortas na maturidade, não possui grandes espaços intercelulares e é impermeável devido à presença de cera e suberina nas paredes de suas células. Essas características tornam o súber um importante tecido de proteção.
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Felogênio: O felogênio, também chamado de câmbio da casca, é um tecido meristemático de origem secundária. É esse tecido o responsável por formar a periderme por meio de várias divisões celulares: o súber é formado em direção à superfície do órgão e a feloderme em direção ao interior do órgão. Na maioria das plantas, o felogênio é ativo apenas uma vez, entretanto, em algumas espécies, ele pode ser reativado.
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Feloderme: A feloderme é um tecido que permanece vivo na maturidade e, diferentemente do súber, não apresenta deposição de suberina. Esse tecido, constituído por células parenquimáticas ativas, é formado mais internamente ao felogênio e suas características são bem semelhantes aos do tecido parenquimático do córtex. A diferenciação entre esses dois tipos de tecido é conseguida graças ao alinhamento das células da feloderme com o felogênio.
→ Lenticelas
A periderme é um conjunto de tecidos que garante extrema proteção ao vegetal. Como vimos, as células do súber, por exemplo, estão dispostas bem próximas umas das outras e apresentam a suberina e a cera que tornam esse local impermeável. Diante disso, existe a dificuldade de trocas gasosas entre esses órgãos vegetais e o meio externo.
Para solucionar esse problema de trocas gasosas, existem as lenticelas, que são locais onde as células estão organizadas de maneira frouxa, ou seja, onde há grande quantidade de espaços intercelulares. Nesses locais, ocorrem as trocas gasosas entre os tecidos internos das raízes e do caule.