O ópio é uma substância leitosa obtida a partir de uma resina extraída das cápsulas (frutos) de uma planta da família Papaveraceae conhecida como “Papoula do Oriente” e “dormideira”. A substância, depois de seca, passa a ser chamada de pó de ópio e apresenta uma grande quantidade de alcaloides. Entre as substâncias encontradas no ópio, destacam-se a morfina e a codeína.
O nome científico dessa espécie é Papaver somniferum, uma alusão à ação das substâncias encontradas nesse vegetal. As substâncias presentes no ópio são depressoras do sistema nervoso central e fazem com que a velocidade de seu funcionamento seja mais lenta, ocasionando diminuição da dor e aumento do sono. Além disso, atua diminuindo a tosse, como é o caso da morfina, que é utilizada em medicamentos para esse fim e como analgésico.
Podemos classificar as drogas opiáceas, também chamadas de opiáceos, em dois grupos: naturais e semissintéticas. As naturais são aquelas que não sofrem nenhuma modificação, como é o caso da morfina. Já os opiáceos semissintéticos são aqueles que são resultantes de uma modificação química em uma substância natural. Como exemplo desse último caso, podemos destacar a heroína, que é resultado de uma mudança química na fórmula da morfina.
Existem ainda substâncias que recebem o nome de opioides, que são produtos fabricados em laboratório e bastante semelhantes aos opiáceos. As substâncias produzidas são comumente usadas em remédios, principalmente em analgésicos. Além disso, a palavra opioide pode ser utilizada para designar todas as substâncias, naturais ou não, que reagem com receptores opioides.
As substâncias presentes no ópio são muito importantes na medicina, entretanto, são capazes de gerar grande dependência. A morfina é um medicamento extremamente importante no tratamento do câncer, entretanto, por causar forte dependência, muitas vezes é pouco prescrito. Vale lembrar que o médico avaliará os prós e contras do tratamento para evitar que pacientes sofram dores fortes desnecessariamente. Muitas pessoas utilizam essas substâncias para fins não terapêuticos, a fim de conseguir um estado de torpor e isolamento.
Ao fazer uso dos derivados do ópio, são observados sintomas como diminuição das pupilas, sensação de saciedade, prisão de ventre, sonolência, diminuição da frequência cardíaca e respiratória, diminuição da pressão, dificuldade de concentração, entre outros. Em alguns casos, pode ocasionar overdose, insuficiência respiratória e morte.
É importante destacar que o uso de opiáceos e opioides podem levar à dependência e ocasionar graves crises de abstinência, que geram vômitos, diarreias, cãibras, cólicas, entre outros sintomas. Outra característica dessas drogas é que rapidamente o organismo torna-se tolerante a elas, o que faz o dependente aumentar as doses e, consequentemente, aumentar o risco de overdose. Além disso, por essas drogas serem usadas muitas vezes por meio injetável, podem ser um facilitador da transmissão de HIV e hepatite.