Narcolepsia

Narcolepsia é uma doença que provoca uma sonolência diurna excessiva. Essa doença é incurável e seus sintomas causam um grande impacto na qualidade de vida do indivíduo.

Homem de óculos dormindo, com a cabeça em cima de uma mesa.
A sonolência diurna excessiva pode prejudicar o indivíduo no trabalho e em outras tarefas do dia a dia.

Narcolepsia é uma doença crônica que se caracteriza por dois sintomas principais: sonolência diurna excessiva e cataplexia. A sonolência pode apresentar duração e intensidade variáveis e a pessoa com a doença pode apresentar ataques irresistíveis de sono, mesmo quando tenta se manter acordada. A cataplexia, por sua vez, caracteriza-se por episódios súbitos e reversíveis de fraqueza muscular.

Além da sonolência e da cataplexia, o paciente pode apresentar paralisia do sono, alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas e sono noturno fragmentado. O diagnóstico é feito por meio de entrevistas e exames que avaliam o sono do indivíduo. A narcolepsia trata-se de uma doença sem cura, porém o tratamento pode aliviar os sintomas apresentados pelo paciente.

Leia também: Doença de Parkinson — além dos sintomas motores, pode causar alterações no sono e alucinações

Tópicos deste artigo

Resumo sobre narcolepsia

  • Narcolepsia é uma doença crônica que possui origem hipotalâmica.

  • Os dois principais sintomas da narcolepsia são a sonolência excessiva diurna e a cataplexia.

  • A sonolência excessiva pode provocar acidentes e prejudicar o indivíduo em diferentes setores da sua vida.

  • Outros sintomas que podem surgir em pessoas que apresentam a doença são a paralisia do sono, alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas e sono noturno fragmentado.

  • A narcolepsia provoca grande impacto negativo na vida do indivíduo.

  • O exame de polissonografia noturna e o teste diurno de múltiplas latências são usados no diagnóstico da doença.

  • O tratamento envolve mudanças no comportamento e uso de medicamentos.

O que é narcolepsia?

Narcolepsia é uma doença crônica multissistêmica que se destaca por provocar uma sonolência diurna incontrolável. Trata-se de um problema de saúde de origem hipotalâmica que provoca grande impacto negativo na vida do indivíduo, sendo comum que os pacientes desenvolvam problemas psiquiátricos e emocionais, como depressão e ansiedade.

A doença foi descrita pela primeira vez no artigo “Eigenthümliche mit Einschlafen verbundene Anfälle” (convulsões peculiares associadas ao adormecer), de Westphal, em 1877. O termo narcolepsia, no entanto, só foi utilizado posteriormente pelo neuropsiquiatra francês Jean Baptiste Édouard Gélineau. O termo tem origem no grego, em que narco significa “estupor” e lepsia, “ataque”.

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O que causa a narcolepsia?

A narcolepsia é uma doença que afeta uma em cada 2000 pessoas e começa a desencadear sintomas, em geral, entre sete e 25 anos de idade, persistindo por toda a vida do paciente. Em relação ao sexo, ela ocorre na mesma proporção em homens e em mulheres. Fatores ambientais e genéticos associam-se com o desenvolvimento da doença.

Veja também: 10 dicas importantes para se ter uma boa noite de sono

O que sente a pessoa que sofre de narcolepsia?

Os dois principais sintomas da narcolepsia são sonolência excessiva diurna e cataplexia. A sonolência excessiva diurna provoca uma vontade incontrolável de dormir no paciente, a qual apresenta intensidade e duração variáveis. É comum que a pessoa tenha ataques de sono mesmo que esteja tentando se manter acordada, como durante uma conversa, no trabalho ou mesmo no trânsito. A sonolência excessiva diurna ocorre mesmo que o indivíduo tenha tido uma boa noite de sono.

A cataplexia caracteriza-se pela perda da força muscular de maneira repentina e reversível. Normalmente, essa perda da força muscular ocorre de maneira bilateral, simétrica, possui duração breve e é desencadeada por situações de emoção, como raiva, alegria ou surpresa. Muitos pacientes relatam esses episódios associados ao riso.

O paciente ainda pode apresentar outros sintomas, tais como paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e fragmentação do sono. A paralisia do sono diz respeito à incapacidade de se movimentar por alguns segundos que ocorre, geralmente, ao adormecer ou acordar.

As alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas são as famosas sensações de estar “sonhando acordado” e também ocorrem ao adormecer ou despertar. Como os pacientes podem interagir nessas situações, trata-se de um sintoma importante, pois pode colocá-los em situações inadequadas.

 Homem deitado na cama olhando para um despertador que está na mesa ao lado; narcolepsia causa fragmentação do sono.
Despertares noturnos frequentes podem ocorrer em pacientes com narcolepsia.

A fragmentação do sono em pacientes com narcolepsia caracterizam-se, geralmente, por despertares noturnos frequentes. Essa fragmentação faz com que os pacientes se queixem de sono de qualidade ruim e de baixa quantidade.

Como é feito o diagnóstico da narcolepsia?

Diagnosticar a narcolepsia nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que a sonolência pode ser o sintoma de diferentes doenças e, muitas vezes, pode ser ignorada pelo paciente. Para diagnosticar o problema, o médico fa uma série de perguntas com a finalidade de identificar o grau de gravidade da sonolência.

Além disso, o exame de polissonografia noturna, que é o registro da noite de sono no laboratório, e o teste diurno de múltiplas latências são exames necessários para identificar o problema.

Saiba mais: Inônia — transtorno que afeta a qualidade do sono

Como tratar a narcolepsia?

A narcolepsia é uma doença crônica e que não apresenta cura. Entretanto, existem uma série de medidas e medicamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas do problema, sendo a terapia baseada no tratamento comportamental e medicamentoso, o qual inclui medicamentos destinados ao controle da sonolência e da cataplexia.

No que diz respeito à terapia comportamental, recomenda-se, por exemplo:

  • programação de cochilos breves durante o dia para melhorar o estado de alerta;

  • organizar os horários e mantê-los regulares para dormir e acordar;

  • observar estímulos que podem ser responsáveis por episódios de cataplexia.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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