A medula óssea está localizada no interior dos ossos. Ela pode ser do tipo amarela, cuja constituição é de tecido adiposo, sendo conhecida popularmente como tutano; ou vermelha, sendo responsável pela formação de células sanguíneas, repondo-as continuamente.
No estágio embrionário, a medula é predominantemente do tipo vermelha; mas, aos poucos, ela deixa de produzir células sanguíneas em alguns ossos, acumulando gordura em seu interior. Dessa forma, a medula vermelha passa a ser encontrada somente em algumas estruturas ósseas, geralmente longas, como costelas, vértebras, esterno, clavícula, crânio, ossos pélvicos e extremidades do fêmur e úmero.
A medula óssea vermelha é constituída por um tipo de tecido conjuntivo especial denominado tecido hematopoiético ou hemocitopoético. Ela é rica em células-tronco medulares, capazes de formar tipos celulares sanguíneos distintos: hemácias, plaquetas e os glóbulos brancos (granulócitos: neutrófilos, basófilos e eosinófilos; e agranulócitos: monócitos e linfócitos B e T).
Uma questão interessante é que em situações específicas, como anemias ou em hemorragias muito intensas, a medula amarela é capaz de se converter em medula vermelha, produzindo tais células. No entanto, há casos em que tal comportamento da medula é insuficiente para promover seu bom funcionamento, sendo necessário que a pessoa receba um transplante de medula óssea. Portadores de doenças hematológicas, autoimunes, imunodeficiências, e aqueles acometidos por certos tipos de câncer; são os principais candidatos a esse tipo de procedimento.
Infelizmente mais da metade das pessoas com tais problemas não possui parentes compatíveis. Por esse motivo é que existem campanhas que incentivam a doação voluntária, já que quanto maior o número de indivíduos cadastrados, maior é a chance de esses pacientes encontrarem a solução para seu problema de saúde (atualmente, a probabilidade de se encontrar um doador compatível é em torno de 1 em 100 mil).
Curiosidade:
Algumas pesquisas feitas com células-tronco da medula óssea sugeriam que elas tinham capacidade de se transformar em neurônios, desde que expostas a condições específicas. No entanto, estudos mais recentes apontam para o fato de que essas novas estruturas, apesar de bem-parecidas com as referidas células do tecido nervoso, não são capazes de transmitir impulsos elétricos.
A parte positiva dessa questão é que, embora não ajam como neurônios propriamente ditos, é sabido que essas células podem secretar moléculas que combatem inflamações e ajudam tecidos danificados a se recuperarem.