O mau hálito, ou halitose, consiste nos odores desagradáveis provenientes da boca ou da respiração. Geralmente o mau hálito é uma alteração fisiológica na pessoa e não é considerado um problema de saúde.
O mau hálito pode ter diversas causas:
- Alimentação: quando ingerimos alho ou cebola, por exemplo;
- Má higiene bucal: mesmo limpando os dentes várias vezes ao dia, ainda pode ficar na língua a chamada saburra lingual, uma camada amarelada ou esbranquiçada que contém bactérias que produzem odor ruim;
- Resíduos alimentares: quando nos alimentamos e não há tempo para escovar os dentes, os restos de comida se acumulam entre os dentes. Com isso, bactérias que vivem na boca entram em ação e o produto de sua fermentação libera gases malcheirosos, o que gera o mau hálito;
- Baixo fluxo salivar: a saliva é, naturalmente, uma defesa antibacteriana. Quando há pouca quantidade de saliva na boca, haverá consequentemente mau hálito. Quando dormimos, as glândulas salivares diminuem ao máximo a produção de saliva, por isso acordamos com mau hálito.
As causas do mau hálito mencionadas anteriormente são as mais frequentes, mas há alguns problemas de saúde que podem levar o indivíduo a apresentar a halitose, como problemas renais ou hepáticos, diabetes, doenças pulmonares, sinusite e rinite. "Há as causas metabólicas, como o diabetes; e as doenças do fígado, como a cirrose hepática. As questões hepáticas estão dentro das doenças do aparelho digestório", diz o gastroenterologista Ricardo Aires Correia, professor de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). "Somente podemos imputar os problemas gástricos à halitose se excluirmos as outras causas mais frequentes: bucais, vias respiratórias superiores, pulmonares e problemas otorrinolaringológicos", afirma Aires.
No caso da diabetes, a pessoa somente apresentará mau hálito se estiver com a doença sem controle e sem tratamento. "Se a pessoa começa a ter mau hálito mesmo com a doença aparentemente sob controle, pode ser até um sinal de pré-coma diabético. É preciso ir ao médico", alerta a dentista Daiane Rocha, presidente da Associação Cearense de Estudos e Pesquisa dos Odores da Boca.
Alguns especialistas afirmam que não há evidências para crer que o mau hálito tenha origem a partir de problemas gástricos ou estomacais. No entanto, outros especialistas afirmam que a bactéria Helicobacter pilory, causadora da gastrite, pode causar também o mau hálito, e que o câncer no estômago e as diarreias com desidratação causam diminuição da saliva, levando à halitose. “Outras origens digestórias da halitose são as obliterações intestinais de qualquer causa, como a úlcera, por exemplo, porque criam uma situação de estase (parada) que causa problemas bacterianos e produção de gases", afirma Aires.
O professor da Universidade Federal do Ceará também diz que, embora pouco frequente, a halitose causada pela prisão de ventre (constipação intestinal) também deve ser investigada. "Dependendo das condições de proliferação das bactérias, os gases odoríferos podem ser absorvidos e exalados pelo pulmão", diz Aires.
A dentista Daiane Rocha diz que as pessoas que apresentam prisão de ventre intensa podem ter hálito fecal; assim como as pessoas com deficiências renais sérias apresentam hálito com cheiro de urina (hálito urêmico). A explicação para isso é a de que todo o gás absorvido pelo organismo é diluído no sangue e eliminado na respiração.
Para se evitar o mau hálito é necessário:
- Manter boa higiene bucal, com uso de fio dental;
- Lavar bem a língua;
- Beber bastante água;
- Não ficar muito tempo de jejum;
- Visitar sempre o dentista.
Nos casos em que o mau hálito é causado por outros fatores que não os bucais, o melhor a se fazer é procurar um especialista para que a causa da halitose seja tratada de forma correta.