A leucemia é um problema de saúde que possui origem desconhecida e afeta os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos. Nessa doença observa-se uma produção descontrolada desse tipo celular, que é responsável por proteger nosso corpo combatendo infecções.
As causas da leucemia não são ainda bem definidas, mas fatores como exposição a determinadas substâncias químicas e radiação ionizante podem estar relacionados com o desenvolvimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a expectativa era de 10.810 novos casos de leucemia no ano de 2020.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a leucemia?
- 2 - Fatores de risco
- 3 - Tipos de leucemia e seus sintomas
- 4 - Diagnóstico da leucemia
- 5 - Tratamento da leucemia
O que é a leucemia?
A leucemia é um tipo de câncer que se inicia na medula óssea, na qual são produzidos os componentes do sangue: hemácias, plaquetas e leucócitos. Esses últimos são os responsáveis pela defesa do organismo e também os principais afetados pela leucemia.
Na leucemia, uma célula que ainda não sofreu maturidade sofre uma mutação, tornando-se uma célula cancerosa, a qual se multiplica descontroladamente. Além de se multiplicar com rapidez, essa célula morre menos que as células normais, fazendo com que cada vez menos células saudáveis estejam presentes na medula.
Fatores de risco
Ainda não se sabe ao certo o que causa a leucemia, entretanto, alguns fatores de risco estão relacionados com o aumento das chances de desenvolver esse problema. Alguns deles são exposição a altas doses de radioatividade, exposição a produtos como formaldeído, benzeno e agrotóxicos, e uso de cigarros. Além disso, indivíduos com síndrome de Down, com histórico familiar da doença e com idade avançada são também considerados fatores de risco.
Tipos de leucemia e seus sintomas
Existem vários tipos diferentes de leucemia. De acordo com o INCA, mais de 12 tipos são conhecidos, entretanto, destacaremos aqui os quatro mais comuns: leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfocítica aguda e leucemia linfocítica crônica.
Os quatro tipos citados estão classificados de acordo com o tipo de células que eles afetam e com a velocidade com que a doença se agrava. Baseando-se no tipo de células que as leucemias afetam, elas se classificam em mieloide e linfoide. A que afeta as células mieloides (que originarão as hemácias, plaquetas, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos) é chamada de leucemia mieloide ou mieloblástica.
Já aquela que afeta as células linfoides (que originarão os linfócitos) é denominada leucemia linfoide, linfocítica ou linfoblástica. De acordo com a velocidade com que a doença se agrava, elas podem ser classificadas em agudas e crônicas. Enquanto as crônicas se agravam de maneira lenta, a aguda apresenta evolução rápida.
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Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e apresenta um agravamento rápido. Acomete tanto crianças quanto adultos, porém se verifica um aumento da incidência à medida que a idade avança. A pessoa com esse tipo de leucemia pode apresentar cansaço, palidez, dor nos ossos, perda de peso, e surgimento de hematomas e sangramentos espontâneos.
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Leucemia mieloide crônica: afeta as células mieloides e apresenta um desenvolvimento mais lento. Acomete, principalmente, adultos, ocorrendo geralmente em pessoas na faixa etária dos 50 anos. O paciente pode apresentar sintomas como palidez, cansaço, perda de peso, surgimento de hematomas e aumento do baço.
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Leucemia linfocítica aguda: afeta as células linfoides e se agrava rapidamente. Ocorre tanto em adultos quanto crianças, porém é mais comum na infância. Provoca sintomas como palidez, cansaço, surgimento de hematomas, dores de cabeça, vômito, dores nas articulações e nos ossos, e aumento de infecções.
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Leucemia linfocítica crônica: afeta as células linfoides e possui um desenvolvimento mais lento. Crianças raramente são afetadas por ela, sendo observada com mais frequência em pessoas com mais de 55 anos. Pode provocar sintomas como cansaço, perda de peso, suores noturnos, aumento da frequência de infecções, e surgimento de ínguas.
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Diagnóstico da leucemia
A leucemia é um tipo de câncer que, assim como os outros, necessita de um diagnóstico precoce para garantir-se maior eficiência no tratamento. O diagnóstico de leucemia é feito por meio da análise dos sintomas do indivíduo e de seus exames laboratoriais.
Um dos exames que podem levar à suspeita de leucemia é o hemograma, que, na maioria dos casos, apresenta-se com o aumento do número de glóbulos brancos. A confirmação da doença, no entanto, é feita por meio do exame mielograma. Nesse exame, retira-se sangue da medula óssea do paciente, que passará por diferentes análises, como análise citológica, molecular e imunofenotípica. A biópsia da medula óssea é também necessária em alguns pacientes.
Tratamento da leucemia
O diagnóstico de leucemia nunca é encarado com tranquilidade pelo paciente, seus amigos e familiares. Entretanto, hoje existe uma série de tratamentos que podem ser realizados diante de um quadro de leucemia. O tratamento dependerá de fatores como o tipo de leucemia apresentado pelo paciente, o estado geral de saúde do indivíduo e também o estágio de desenvolvimento da doença.
Alguns dos principais tratamentos hoje disponíveis são: quimioterapia, inibidores de tirosina quinase, anticorpos monoclonais e transplante de medula óssea. Deles, o mais comentado é, sem dúvida, o transplante de medula óssea. A medula óssea está localizada no interior de ossos e é nela que as células sanguíneas são produzidas.
No transplante de medula óssea, a medula óssea doente é substituída por uma medula saudável. O transplante de medula óssea pode ocorrer utilizando a medula óssea do próprio paciente, de um doador compatível ou, ainda, de sangue circulante de um doador ou sangue do cordão umbilical.
Vale salientar que o transplante de medula óssea não é realizado apenas no tratamento de leucemias. De acordo com o INCA, “o transplante pode ser indicado para tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças, incluindo casos de mieloma múltiplo, linfomas e doenças autoimunes”.