O lança-perfume, produto fabricado na Argentina, era amplamente utilizado em nosso país desde 1906, principalmente em época de carnaval. Liberado no ar, fornecia um odor agradável e provocava sensação de frescor. Entretanto, algumas pessoas passaram a utilizá-lo de outra forma, para fins entorpecentes: aplicando em lenços e aspirando com a boca.
Ele é composto por éter, clorofórmio e cloreto de etila, juntamente com essência perfumada, sendo embalado em tubos sob pressão. Seu uso faz com que a pessoa se sinta desinibida, animada e com sensação de “estar voando”, mas por muito pouco tempo (menos de um minuto). Assim, o usuário tende a repetir várias vezes o ritual. Pensamento confuso, falta de coordenação motora, voz "amolecida", sonolência, amnésia, irritação ocular, zumbidos, desmaios e visão dupla – além de ansiedade extrema e violência, principalmente em pessoas predispostas; também podem ser provocados pelo seu uso.
Como altera funções do sistema nervoso e provoca aceleramento dos batimentos cardíacos, a pessoa pode ter retardo psicomotor ou até mesmo depressão respiratória, convulsões, parada cardíaca, coma ou morte súbita. Em longo prazo, também ocorre a destruição significativa (e irreversível) de neurônios.
Apesar de não causar dependência física; a dependência psicológica, danos à saúde e risco de vida, considerando também acidentes decorrentes das alterações de percepção da pessoa e/ou no equilíbrio, fizeram com que tal substância fosse proibida, em nosso país, a partir da década de setenta. Apesar disso, como sua produção, em alguns países, ainda é liberada, essa droga é contrabandeada com certa facilidade; e é, depois do álcool, a droga mais usada pelos adolescentes.