A hidatidose é uma infecção causada pela forma larval de espécies do gênero Echinococcus, um parasita pertencente à classe Cestoda. Na América do Sul, a doença é causada principalmente pelo Echinococcus granulosus. Esse verme, quando adulto, vive no intestino delgado de cachorros e outros canídeos, e sua forma larval está presente no fígado e no pulmão de hospedeiros intermediários, tais como bovinos, ovinos e, acidentalmente, até mesmo em seres humanos.
→ Ciclo evolutivo
Os ovos de Echinococcus, ao serem eliminados nas fezes de cães, contaminam o meio ambiente. Então, os hospedeiros intermediários ingerem esses ovos. Como os animais herbívoros são geralmente esses hospedeiros, é comum que ingiram os ovos presentes na pastagem. Os seres humanos também podem ser contaminados por meio do consumo de alimentos infectados com ovos desse parasita ou pelo contato mais estreito com o cão contaminado, sem o devido cuidado com a higiene.
Ao entrar no corpo, os ovos seguem pelo sistema digestório e, com ação dos sucos digestórios, o embrião é liberado. No intestino delgado, na porção do duodeno, esse embrião atravessa a parede intestinal e, pela corrente sanguínea, é levado para diversas partes do corpo. Geralmente, o embrião fixa-se em órgãos como fígado e pulmão, formando o cisto hidático. Os cães podem ser novamente contaminados pela ingestão das vísceras do hospedeiro intermediário que contenham os cistos.
→ Características clínicas
A hidatidose humana apresenta alguns sinais clínicos importantes. Entre os principais deles, podemos citar a dor abdominal e distúrbios digestivos causados pelo aumento do cisto e compressão dos órgãos. Além disso, pode haver o surgimento de crises alérgicas e, caso ocorra o rompimento do cisto, até choque anafilático. No caso de localização pulmonar, os sintomas são dor torácica, dificuldade respiratória e tosse.
Percebe-se, portanto, que a hidatidose é uma parasitose cujo aparecimento de sintomas pode ocorrer de maneira tardia, uma vez que o cisto demora a crescer e, enquanto está pequeno, em geral, não provoca sintomas.
Nos animais domésticos, a hidatidose geralmente é tolerada sem manifestações clínicas, e as infecções são percebidas apenas nos abatedouros.
→ Tratamento
O tratamento para hidatidose em humanos é normalmente feito com cirurgias, que visam à remoção dos cistos. Além disso, podem ser usados medicamentos como mebendazol, albendazol e praziquantel. Em cães, o praziquantel pode ser administrado, recomendando-se ainda prender o animal por 48 horas, para facilitar o recolhimento de fezes contaminadas.
