A hemorragia pode ser definida como uma perda súbita de sangue que ocorre em decorrência do rompimento de vasos sanguíneos e o consequente extravasamento de sangue. Normalmente a hemorragia é associada a acidentes e outros ferimentos externos, entretanto, nem sempre é isso o que acontece.
De uma maneira geral, podemos classificar a hemorragia em dois tipos básicos: externa e interna. Na hemorragia externa, a perda de sangue é visível; na interna, a perda ocorre no interior do corpo, não sendo observada externamente. Em alguns casos, no entanto, o sangue pode sair para fora do organismo, sendo observado na boca, nariz e ouvidos. Essa última forma pode ser denominada de mista.
De acordo com o vaso sanguíneo afetado, podemos classificar a hemorragia ainda em arterial, venosa e capilar. Na hemorragia arterial, o sangue literalmente jorra do corpo, acompanhando as batidas do coração em grande parte dos casos. Nesse tipo, observa-se sangue vermelho vivo e a perda é muito intensa e rápida, o que representa um grande risco para a sobrevivência do acometido. Na hemorragia venosa, o sangue possui coloração mais intensa e não sai do corpo em jatos, apresentando, portanto, uma perda mais uniforme e lenta. Já na hemorragia capilar, temos uma perda de sangue lenta, em pequenas gotas, e o sangue tem cor intermediária.
A hemorragia pode ocorrer em decorrência de diversos problemas, como acidentes e até mesmo doenças. No caso das hemorragias externas, o mais comum são cortes, tombos e outros acidentes que levam à lesão da pele. Já a hemorragia interna pode ser consequência de grandes impactos que lesionam órgãos internos, rompimento de aneurismas, úlcera gástrica e doenças renais, por exemplo.
A gravidade de uma hemorragia depende de alguns fatores básicos, como o volume de sangue perdido, o calibre do vaso que se rompeu, o tipo de vaso que sofreu a lesão e a velocidade da perda de sangue. Hemorragias causadas pelo rompimento de vasos do pescoço, por exemplo, levam à morte rapidamente (em média, em três minutos). Já quando a hemorragia está ocorrendo em capilares, não há riscos de morte e normalmente ocorre a coagulação do sangue em menos de 10 minutos.
Avaliar se um paciente apresenta hemorragia nem sempre é simples quando se trata de uma hemorragia interna. Nesses casos, a pessoa pode apresentar queda de pressão, pulso fraco e rápido, pele fria e úmida, pupilas com reação lenta à luz, mucosa da boca e olhos brancos, náusea e vômito, perda de consciência, parada respiratória e choque. Em razão da gravidade do quadro, hemorragias internas devem ser tratadas por médicos, sendo necessário socorro rápido.
As hemorragias externas, por sua vez, são mais visíveis e, consequentemente, mais fáceis de serem tratadas. Recomenda-se que o sangramento tente ser minimizado fazendo-se compressão, elevando o membro acima do nível do tórax ou realizando torniquetes. Essa última medida deve ser realizada apenas quando as outras não funcionarem ou então tenha ocorrido amputação das pernas ou braços, sendo, portanto, o último recurso.
Independentemente do tipo de hemorragia, a ajuda médica pode determinar a sobrevivência ou não de uma pessoa. Em casos de grande perda de sangue, qualquer minuto pode ser decisivo.