A glicose é uma molécula essencial para os seres vivos e é utilizada como fonte de energia por quase todas as células. A disponibilização de glicose para o corpo humano acontece por meio da alimentação.
Tópicos deste artigo
- 1 - → Resumo
- 2 - → Glicose alta (hiperglicemia)
- 3 - → Glicose baixa (hipoglicemia)
- 4 - → Valores de referência da glicose
- 5 - → Estrutura química da glicose
- 6 - → Função da glicose
- 7 - → Transporte da glicose
- 8 - → Glicólise
→ Resumo
Glicose é um carboidrato classificado como monossacarídeo, que faz parte dos carboidratos mais simples. Sua fórmula molecular é C6H12O6 e, por possuir seis carbonos, é chamada de hexose. A principal função da glicose é funcionar como combustível para o funcionamento da célula, sendo utilizada no processo de respiração celular.
A insulina é um hormônio que ajuda na captação da glicose pelas células para que essa molécula seja utilizada no processo de respiração celular. Problemas na fabricação ou na utilização de insulina podem determinar um aumento da quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia). A hiperglicemia é um sinal do diabetes, um problema grave de saúde.
Para estipular a quantidade de glicose no sangue, é necessário realizar alguns exames laboratoriais, como glicemia de jejum. Exames que apresentam resultado inferior a 100 mg/dL são considerados normais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Já níveis acima ou iguais a 126 mg/dL determinam diabetes.
→ Glicose alta (hiperglicemia)
Altos níveis de glicose podem indicar um caso de diabetes.
Após a ingestão, o alimento sofre processo de digestão, e a glicose é liberada, aumentando sua quantidade no sangue. Com o tempo, ocorre uma redução desses níveis, graças, principalmente, à ação da insulina, que atua garantindo uma maior captação de glicose.
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Em algumas pessoas, a insulina não é suficiente ou o organismo não consegue utilizar a insulina de maneira efetiva, o que leva a um aumento dos níveis de glicose no sangue. Nesse caso, temos um caso de hiperglicemia, o que muitos chamam de glicose alta. A hiperglicemia pode ser causada, por exemplo, pelo diabetes e pelo excesso de alimentação.
→ Glicose baixa (hipoglicemia)
Em algumas pessoas, observamos que o nível de glicose no sangue apresenta-se abaixo do normal. Essa situação é conhecida como hipoglicemia e, geralmente, é determinada por níveis de glicose no sangue abaixo de 70 mg/dL.
Os níveis de glicose tendem a cair em decorrência da prática de exercícios sem orientação correta, de problemas na alimentação, como pular uma refeição, e do uso de medicamentos. Na hipoglicemia, é comum a pessoa sentir tremedeira, sudorese, calafrio, tontura, vertigem e visão embaçada.
→ Valores de referência da glicose
Avaliar a quantidade de glicose no sangue é fundamental para controlar o diabetes.
Avaliar os níveis de glicose no sangue é importante para identificar problemas como o diabetes mellitus, um grupo de doenças que se caracteriza pela hiperglicemia (excesso de glicose no sangue). Veja abaixo os valores de referência do exame de glicemia de jejum, exame em que o paciente não faz ingestão calórica por, no mínimo, oito horas. Esses valores foram adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes:
Normoglicemia (níveis normais de glicose no organismo): < 100 mg/dL
Pré-diabetes ou risco aumentado para diabetes mellitus: ≥ 100 e <126 mg/dL
Diabetes estabelecido: ≥ 126 mg/dL
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Vale destacar que um único resultado do exame de glicemia de jejum não é suficiente para determinar um diagnóstico de diabetes ou de pré-diabetes, sendo necessárias, muitas vezes, a repetição do exame em um outro dia e a análise de outros testes.
Caso seja confirmado o diagnóstico de diabetes, deve-se iniciar o tratamento, o qual irá depender das condições de cada paciente. Geralmente, o diabetes é tratado com alimentação saudável e com prática de atividades físicas, sendo recomendada, em alguns casos, a administração de insulina.
→ Estrutura química da glicose
Glicose é um carboidrato classificado como monossacarídeo, ou seja, é um carboidrato simples, a partir do qual são formados carboidratos mais complexos. A glicose destaca-se por ser o monossacarídeo mais comum, e sua forma molecular é C6H12O6. Por apresentar seis carbonos, é classificada como uma hexose.
Observe acima as fórmulas estrutural e molecular da glicose.
→ Função da glicose
A glicose é um monossacarídeo que se destaca por seu papel no fornecimento de energia para a célula. Esse carboidrato é utilizado pelas células em um processo chamado de respiração celular, no qual a glicose é degradada, e é produzida energia para a célula. Veja abaixo a reação que resume a respiração celular:
C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + Energia (ATP + calor)
A glicose também irá formar dissacarídeos (carboidrato formado por dois monossacarídeos) e polissacarídeos (macromoléculas formadas por centenas a milhares de monossacarídeos). A maltose, por exemplo, é um dissacarídeo formado por duas moléculas de glicose. Já o amido é formado por várias moléculas de glicose, e sua síntese no vegetal permite que as plantas armazenem a glicose extra que está em seu organismo.
Nos animais, a glicose é utilizada para formar uma molécula chamada glicogênio, que é, assim como o amido, um polissacarídeo de reserva. Quando o organismo precisa de glicose, ocorre a quebra do glicogênio, aumentando os níveis de açúcar no sangue.
→ Transporte da glicose
Para ser utilizada pela célula, a glicose deve atravessar a membrana celular com a ajuda de transportadores de membrana específicos. Isso é necessário porque o peso molecular da glicose é muito grande para que essa molécula difunda-se pelos poros presentes na membrana plasmática. Na maioria das vezes, o transporte acontece a favor do gradiente de concentração da glicose e ocorre por um processo de difusão facilitada, dependente de proteínas transportadoras (GLUTs).
A insulina atua sobre a proteína transportadora denominada GLUT 4, que, sob a ação desse hormônio, aumenta sua capacidade de transportar glicose. A ação da insulina é importante, principalmente, nos tecidos musculares e adiposos.
Vale destacar que, em células do intestino delgado e do túbulo renal, observa-se o transporte de membrada por meio de um transporte acoplado ao íon sódio. Nesse caso, verifica-se que o transporte ocorre contra o gradiente de concentração da glicose e a favor do gradiente de concentração de sódio.
→ Glicólise
A glicólise é um processo que garante a oxidação incompleta da glicose e ocorre no citoplasma da célula. O termo glicólise significa “açúcar dividido” e é uma referência ao que acontece nesse processo: a glicose, molécula formada por seis carbonos, é quebrada em dois açúcares de três carbonos.
Na glicólise, ocorrem dez reações diferentes, que resultam na formação de duas moléculas de piruvato. Esse processo é dividido em duas etapas:
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Investimento energético: a célula gasta duas moléculas de ATP (Adenosina Trifosfato), molécula que libera grande quantidade de energia livre.
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Compensação energética: nessa fase, são produzidas quatro moléculas de ATP. Como duas moléculas foram gastas no investimento energético, dizemos que o rendimento líquido final é de duas moléculas de ATP por molécula de glicose.
A glicólise ocorre tanto na presença quanto na ausência de oxigênio. Na ausência de oxigênio, o piruvato é transformado em lactato ou etanol. Já na presença de oxigênio, o piruvato é transformado em acetil-CoA e dá início às outras etapas da respiração celular: ciclo de Krebs e, posteriormente, fosforilação oxidativa.