A febre aftosa é provocada por um vírus de RNA, da Família Picornaviridae, Gênero Aphthovirus. Dentre os sete subtipos que apresenta, somente três já ocorreram em nosso país.
Afetando principalmente o gado e búfalos, essa doença pode, ocasionalmente, ocorrer em indivíduos da nossa espécie. Nesses casos raros, na maioria das vezes, trata-se de crianças, geralmente com infecções prévias, como verminoses e gripe. Isso pode ser explicado pela fragilidade de seus sistemas imunológicos, fazendo com que fiquem mais expostos a problemas de saúde, inclusive este em questão.
Esse vírus é bastante infectante e, como é liberado nas fezes, urina, suor, sangue, leite e sêmen dos animais acometidos; é facilmente espalhado no ambiente. Existe, também, outro agravante: indivíduos da nossa espécie facilitam a dispersão dos vírus, de forma não intencional, ao manipularem o gado assintomático, e se direcionarem a outros locais, levando os vírus em suas mãos, roupas e sapatos.
A principal forma de transmissão da doença é pelas vias respiratórias. No entanto, qualquer ferida, mesmo que pequena, pode ser porta de passagem para o vírus contido no ambiente, secreções ou excreções dos animais acometidos. Outra forma de contaminação é pela ingestão do leite que não foi previamente fervido ou pasteurizado. A ingestão de carne ou produtos lácteos previamente processados não oferecem riscos.
A manifestação dos sintomas surge em até cinco dias após a exposição ao vírus. Os sintomas, semelhantes aos que ocorrem nos outros animais, incluem febre, formação de aftas na boca, brotoejas nos espaços entre os dedos e sede excessiva.
Geralmente, as manifestações sintomáticas duram entre três e cinco dias, regredindo naturalmente. No entanto, a doença pode propiciar infecções secundárias ou, nos casos mais graves, acometer garganta e pulmões, provocando complicações e até mesmo a morte.
Não existem vacinas nem tratamento específico para a febre aftosa. Este último se foca no uso de analgésicos e cuidados com as lesões. A prevenção primeira é a vacinação dos animais. Ingerir leite só se estiver fervido ou pasteurizado; e proteger as feridas e usar equipamentos de proteção individual, antes de entrar em contato com indivíduos potencialmente infectados; são outras importantes medidas a serem adotadas.