Também chamada de insuficiência suprarrenal, a doença de Addison foi descrita pelo médico inglês Thomas Addison e se caracteriza pela produção insuficiente de hormônios pela glândula adrenal ou suprarrenal, que se localiza acima do rim.
Essa doença pode ser classificada em primária ou secundária, sendo considerada primária quando ocorre lesão nas suprarrenais, e secundária quando a lesão ocorre no hipotálamo ou na hipófise.
A insuficiência suprarrenal primária pode ser mortal quando em estado agudo, e tem como causas mais frequentes as doenças autoimunes, em que o organismo produz anticorpos contra as enzimas, provocando a insuficiência suprarrenal e podendo desencadear outras doenças, também autoimunes. A insuficiência suprarrenal primária também pode ser causada por doenças infecciosas, como tuberculose, AIDS, outros vírus, fungos e doenças malignas.
A insuficiência suprarrenal secundária é provocada por envolvimento da hipófise ou do hipotálamo por tumores, traumatismo cerebral ou hipofisário, irradiação, cirurgia hipofisária, etc. Ela se caracteriza por alguns pacientes apresentarem, associados à doença, outras doenças autoimunes, como hipotireoidismo, diabetes tipo 1, vitiligo, hepatite autoimune, anemia autoimune, hipogonadismo, dentre outras.
O quadro clínico dessa doença se desenvolve muito lentamente, sendo de difícil diagnóstico. Geralmente ocorre perda de peso, perda de apetite, fraqueza muscular, fadiga, pressão arterial baixa, tonturas, anemia, fome pelo sal, náuseas, vomito, diarreia, escurecimento da pele principalmente em áreas de cicatrizes, dobras de pele e mucosas. Alguns sintomas emocionais como irritabilidade e depressão também podem ocorrer.
Em alguns casos, os pacientes apresentam manifestações agudas da doença, as quais os especialistas chamam de “crise addissoniana”. Esse quadro pode ser desencadeado por doenças associadas, infecções ou acidentes, e apresenta alguns sintomas como dor súbita nas pernas ou região lombar, coloração da língua, vômitos, dor abdominal inespecífica, febre elevada, diarreia, cefaleia, taquicardia, hipotensão, hipoglicemia, falhas de memória, falhas de voz e fraqueza.
O tratamento da insuficiência suprarrenal deve ser feito pelo médico endocrinologista, e consiste na reposição dos hormônios através de hormônios sintéticos, por via oral.
As pessoas portadoras dessa doença devem estar sempre cientes do risco inerente de insuficiência suprarrenal em casos de infecções, cirurgias, traumatismos físicos ou psicológicos.