O corpo necessita de água para a realização de várias reações químicas e processos fisiológicos, como a regulação da temperatura, excreção e transporte de nutrientes. Para garantir que esses processos aconteçam, é fundamental que a ingestão de água seja maior que a sua eliminação.
Quando bebemos pouca água ou perdemos essa substância em grande quantidade, pode ocorrer um desequilíbrio conhecido como desidratação, que também leva em conta o deficit de eletrólitos. Esse problema é grave e, apesar de poder ser evitado facilmente, causa óbitos todos os anos em várias partes do mundo.
A perda exagerada de água e eletrólitos pelo corpo ocorre normalmente como consequência de problemas de saúde. Diarreias fortes, geralmente decorrentes da ingestão de água ou alimento contaminado, são a principal causa de desidratação e mortes, principalmente em crianças. Além disso, o vômito, diurese excessiva, hemorragias, queimaduras, peritonites, cirrose e febre são problemas que merecem atenção. Vale destacar que a perda hidroeletrolítica também pode acontecer como consequência de uma sudorese exagerada após a exposição a ambientes muito quentes ou depois da prática de exercícios intensos.
De acordo com a quantidade de água e sódio presente no corpo, a desidratação pode ser classificada em hipotônica, isotônica e hipertônica. Na desidratação hipotônica, a perda de sódio é maior do que a perda de água. Na isotônica, a perda de água e a de sódio ocorrem de maneira proporcional. Já na desidratação hipertônica, a perda de água é maior do que a de sódio.
Além dessas formas de identificação, a desidratação pode ser classificada em leve, moderada ou grave. Na desidratação leve, também chamada de desidratação de 1º grau, o paciente sente irritação, sede, boca seca e olhos e pulsos normais. Na moderada, também denominada de desidratação de 2º grau, o paciente apresenta irritação, muita sede, boca seca, lábios algumas vezes cianóticos (azulados), extremidades frias, olhos fundos e pulso fino. Já nos casos graves (3º grau), a pessoa apresenta-se deprimida e com lábios cianóticos, olhos fundos, pulso muito fino e pele fria.
Para tratar um paciente com desidratação, é fundamental a análise detalhada do quadro clínico, bem como determinar o tipo apresentado, verificando sempre o grau de perda de água e os níveis de sódio. A reidratação oral pode ser recomendada para casos leves e moderados, enquanto a reidratação por via endovenosa é recomendada em casos graves, quando o paciente apresenta grande quantidade de vômitos.
É importante frisar que, apesar de ser bastante difundido o uso do soro caseiro, ele só é recomendado quando o paciente necessita de reidratação de forma urgente. Isso acontece porque muitas pessoas fazem a dosagem errada ao preparar o soro, o que pode piorar o quadro do paciente. Hoje a recomendação é que seja usada a solução de reidratação oral distribuída nos postos de saúde e farmácias populares. Caso não seja encontrada a solução, deve-se adquirir a colher-medida nas Unidades Básicas de Saúde para preparar o soro caseiro.
Receita de soro caseiro com uso da colher-medida:
- 1 copo cheio de água limpa;
- Uma medida rasa de sal (lado menor).
- Duas medidas rasas de açúcar (lado maior).