A dermatite de contato é uma reação inflamatória da pele que acomete todas as faixas etárias, porém é mais comum na infância. As lesões caracterizam-se pela presença de eritema (rubor) e vesículas, que são elevações de até 1 cm de diâmetro com líquido no seu interior. Algumas vezes, podem surgir outros tipos de lesões, inclusive com pus, que ocasionam coceira e descamação.
A dermatite de contato ocorre em virtude da exposição direta a algum fator externo, que acaba desencadeando uma reação inflamatória alérgica ou irritativa. Na dermatite de contato alérgica, há o envolvimento de mecanismos imunológicos, diferentemente da dermatite de contato irritativa, que é desencadeada por um dano tecidual direto.
A dermatite de contato irritativa ocorre por danos nos queratinócitos, que liberam mediadores inflamatórios, causando a dilatação dos vasos sanguíneos, edema e formação de bolhas na epiderme. As lesões podem surgir imediatamente após o contato com a substância causadora da irritação ou então demorar meses, caso a exposição ocorra continuamente por um vasto período de tempo. Entre as substâncias relacionadas com esse tipo de dermatite, podemos citar as substâncias ácidas, materiais alcalinos, sabões e detergentes.
Diferentemente da dermatite de contato irritativa, a alérgica é desencadeada por uma resposta imune específica contra um antígeno. Nesse caso, o processo inflamatório só ocorre quando o paciente é exposto novamente a uma substância à qual ele já foi previamente sensibilizado. Como exemplos de substâncias sensibilizantes, podemos citar o níquel e alguns medicamentos. O paciente com esse tipo de dermatite pode apresentar coceira (sintoma característico desse tipo de dermatite de contato), vesículas e bolhas.
Para diagnosticar a dermatite de contato, o dermatologista deverá observar a aparência da lesão e conhecer a história do paciente acometido, procurando saber se alguma das atividades exercidas por ele envolve agentes suspeitos. A dermatite de contato é muito comum em trabalhadores de indústrias que possuem frequente contato com substâncias que podem desencadear a inflamação.
Os pacientes devem descobrir qual agente está causando a inflamação através de testes de sensibilidade e, posteriormente, retirar esse agente do seu meio. Essa atitude pode levar à cura, sendo, na maioria das vezes, desnecessário o uso de qualquer medicamento. Entretanto, o dermatologista pode indicar cremes e pomadas para reduzir a inflamação, sendo que, em casos mais graves, pode ser necessário o uso de comprimidos. É muito importante que o paciente saiba onde a substância irritante ou alergênica pode ser encontrada e procure achar um substituto para esse material.
Vale lembrar que se você é exposto ao agente causador da dermatite de contato em seu trabalho, é fundamental que você use equipamentos de proteção para manusear o produto, como luvas protetoras.
Se observar manchas vermelhas na pele, coceira e formação de bolhas, procure imediatamente seu dermatologista.