Nos dias atuais verificamos um acentuado aumento na quantidade de resíduos sólidos produzidos pela sociedade em razão do consumismo, resultado do avanço tecnológico. Materiais como vidro, plástico e papel devem ser separados e enviados para locais onde é feito o processo de reciclagem. Essa preocupação com o meio ambiente é uma via de mão dupla, pois além de preservá-lo para as gerações futuras, ainda pode-se ter lucro com os materiais recicláveis. Para se ter uma ideia, hoje no Brasil a reciclagem de sucata movimenta a economia em cerca de 3 bilhões de dólares por ano.
Os materiais recicláveis já estão sendo separados e reciclados nas casas de pessoas que têm consciência do impacto que o lixo que produzem causa na natureza. Mas há um tipo de lixo que está sendo reaproveitado por poucos, o lixo orgânico. A maior parte dos resíduos sólidos produzidos pela sociedade é o lixo orgânico, que pode ser reaproveitado pelo processo de compostagem que é praticada pelos chineses há mais de cinco mil anos.
A compostagem é um processo natural de reciclagem da matéria orgânica, onde os microrganismos convertem a parte orgânica dos resíduos sólidos urbanos em um material estável conhecido como húmus. Com a compostagem é possível transformar o lixo orgânico em adubo que pode ser utilizado em hortas, jardins e até mesmo na produção agrícola.
Adubos e fertilizantes orgânicos têm a vantagem de tornar os alimentos mais saudáveis, por não deixarem resíduos químicos nos produtos.Conforme explica a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia (Seropédica – RJ), Adriana Maria de Aquino, “pra produzir adubo utiliza-se a parte orgânica do lixo como restos de comida, cascas de ovo, de verduras e frutas, podas de arbusto e cerca viva”. Não é recomendável o uso de carnes e alimentos processados na composteira, pois eles podem atrair animais indesejáveis. Esterco animal é bem-vindo na compostagem, mas deve-se evitar fezes de animais domésticos, já que esses têm uma alimentação semelhante à humana, e há grandes quantidades de patógenos em suas fezes. “Recomendamos estercos de galinha, codorna, porco, cavalo e boi, por exemplo. Não se pode utilizar fezes dos animais domésticos, como as de cachorros”, esclarece Adriana.
A compostagem pode ser feita em propriedades rurais, casas e até em apartamentos, basta consciência e vontade de diminuir a quantidade de resíduos sólidos que saem de nossas casas e lotam os aterros sanitários municipais.