A cocaína é uma substância (alcaloide) extraída das folhas de uma planta chamada Erythroxylon coca, conhecida popularmente como coca, que é oriunda da América do Sul. É uma droga amplamente conhecida pelos jovens, sendo comum seu uso na faixa etária entre 20 e 30 anos. Estatísticas indicam que pelo menos 2% dos jovens estudantes do país já utilizaram essa droga ilícita, sendo assim, o uso dessa substância deve ser tratado como um problema de saúde pública.
Os processos para a fabricação dessa droga iniciam-se com a produção da pasta base de cocaína, em que as folhas da coca são maceradas e misturadas a diversos produtos químicos, como solventes e ácidos. Após a preparação da pasta, ela é refinada e é feita a cocaína em pó. Da pasta base de cocaína podem também serem feitos subprodutos como o crack e a merla.
Os usuários de cocaína utilizam a substância aspirando ou dissolvendo em água para injetar em seu corpo. Além dos diversos riscos da droga, o seu uso na forma injetável aumenta a chance de se contrair doenças como a AIDS e a hepatite. Isso se deve ao fato de que muitas pessoas compartilham as seringas usadas, aumentando o risco de transmissão dessas doenças.
Sua absorção pelas mucosas é rápida e sua ação ocorre principalmente no sistema nervoso central, onde age como estimulante. Os efeitos da droga em pó são mais lentos quando comparados com a forma injetável.
As complicações advindas do seu uso dependerão da via pela qual a cocaína foi utilizada. Entretanto, alguns sintomas podem ser destacados, como euforia, autoconfiança, excitação, insônia, aumento dos batimentos cardíacos, falta de apetite, aumento da temperatura, sudorese, tremores, espasmos e tiques. Também são comuns quadros em que o usuário apresenta crises de pânico, depressão, alucinações, delírios e até tendência suicida.
Quando utilizada por mulheres grávidas, pode levar ao aborto, baixo peso e deficit cognitivo do bebê. Até o momento não existem pesquisas que comprovam a ação da cocaína na má formação fetal.
Comumente, usuários fazem uso de doses cada vez maiores dessa substância, buscando sempre o aumento da sensação provocada por ela. O consumo exagerado da droga pode levar à overdose, quadro que se caracteriza pela falência de órgãos em razão do consumo de entorpecentes. Vale destacar que existem pesquisas que comprovam a relação entre o uso de cocaína e o aumento do índices de infarto e acidentes vasculares encefálicos.
É importante ressaltar que o uso simultâneo de álcool e cocaína pode ser fatal. Ao combinar as substâncias, é formado um composto denominado cocaetileno que possui uma grande capacidade de provocar convulsões, aumento da pressão e dos batimentos cardíacos, arritmias e isquemia, elevando assim o risco de morte súbita.
Além dos problemas citados, o uso de drogas como a cocaína leva a pessoa ao isolamento, uma vez que os familiares e amigos não conseguem lidar com o problema. Diante das alterações psicológicas, torna-se difícil manter um relacionamento, sendo frequentemente observados quadros de violência familiar. São comuns relatos de pessoas que foram agredidas e até mortas por usuários de drogas. Além disso, diante da dificuldade de se manter em um emprego, muitos usuários iniciam roubos e furtos para conseguirem manter seu vício.
Pesquisas comprovam também que a evasão escolar é grande entre os dependentes de droga, que normalmente iniciam o uso dessas substâncias ainda na adolescência. Isso é decorrente principalmente do fato de que a cocaína, por exemplo, pode causar problemas de aprendizado, levando os usuários a obterem notas abaixo da média, o que pode resultar na reprovação.
O tratamento dos usuários de cocaína deve ser feito em clínicas ou hospitais especializados em casos de dependência química, uma vez que essa é uma droga que causa extrema dependência e dificilmente um usuário consegue interromper o uso por conta própria. É necessário que a família e amigos apoiem e estimulem o tratamento, pois pode ser uma fase extremamente difícil para os dependentes.