A cirrose hepática é uma doença crônica que se caracteriza pela substituição do tecido normal do fígado por nódulos e tecido fibroso. Ela ocorre como consequência de diferentes danos causados ao fígado, um órgão essencial a nossa vida. Estima-se que a doença esteja entre as dez causas mais comuns de morte no mundo ocidental.
Tópicos deste artigo
→ Fígado
O fígado é um órgão localizado na parte superior direita da cavidade abdominal que pesa cerca de 1,5 kg no adulto e apresenta coloração vermelho-escura, próxima ao marrom. Ele apresenta importantes funções para o organismo, tais como metabolização de toxinas, armazenamento de glicose e produção da bile.
→ Cirrose hepática
A cirrose hepática é uma doença causada pela substituição do tecido hepático normal por nódulos e tecido fibroso, o que leva a uma modificação da estrutura do órgão, bem como a uma alteração na sua capacidade de realizar suas funções. Essa substituição de tecido ocorre em decorrência de uma lesão crônica nesse órgão, uma vez que a fibrose é uma resposta cicatricial a esse dano.
→ Causas da cirrose hepática
Existem vários fatores que podem levar à cirrose hepática, como infecções, medicamentos e alterações metabólicas. Entretanto, as principais causas de cirrose em todo o mundo são o alcoolismo e as chamadas hepatites virais.
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Alcoolismo
O álcool consumido em grande quantidade pode levar a uma lesão hepática. Alguns autores sugerem que o consumo diário de três copos de cerveja ou de duas taças de vinho já pode ser responsável por provocar lesões no fígado ao longo do tempo. O risco é aumentado em mulheres, pois elas são mais susceptíveis às lesões nesse órgão.
O consumo frequente de álcool provoca a chamada esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado. Essa esteatose evolui para hepatite alcoólica, cirrose e, por fim, falência hepática. Cerca de 10% a 20% dos pacientes que apresentam esteatose desenvolvem cirrose. É importante salientar que a esteatose hepática não surge apenas em casos de alcoolismo e pode ocorrer também em decorrência de diabetes e obesidade.
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Hepatite viral
As hepatites que podem levar à cirrose são as chamadas hepatite B e C. O tratamento dessas doenças pode prevenir a progressão do quadro para a cirrose, sendo assim, deve ser feito de maneira adequada. No que diz respeito à hepatite B, vale salientar que a melhor forma de prevenção é o uso da vacina.
→ Sintomas
Normalmente, a pessoa com cirrose apresenta-se assintomática e, por isso, pode demorar anos para identificar essa doença. Quando os sinais e sintomas aparecem, são, em geral, fraqueza, pele e olhos amarelados, abdômen inchado, desnutrição, náuseas, vômitos, distúrbios do sono, urina escura, queda de cabelo, inchaço, principalmente nas pernas, entre outros.
→ Tratamento
O tratamento de pacientes com cirrose hepática inclui vários aspectos, como nutrição e intervenção no que está causando a doença. No caso do álcool, por exemplo, deve ser recomendado que o paciente passe a não ingerir essa bebida. Essas medidas visam interromper o avanço da doença, portanto, é fundamental o diagnóstico precoce. É importante lembrar ainda que o diagnóstico precoce apenas é conseguido em pacientes que apresentam o hábito de realizar exames de rotina, uma vez que os sintomas dessa doença podem aparecer tardiamente.
O único tratamento definitivo para cirrose é o transplante de fígado. Estima-se que 50% dos transplantes desse órgão visam tratar pacientes com hepatite crônica por vírus da hepatite C e por cirrose alcoólica.
Atenção: A cirrose pode levar o indivíduo à morte, portanto, evite situações que podem desencadear essa doença. Evitar o consumo abusivo de álcool, utilizar preservativo (camisinha) nas relações sexuais e vacinar-se contra hepatite B são algumas importantes recomendações para a prevenção da cirrose.