Araras são animais que fazem parte da família Psittacidae, aquela que inclui também aves como os papagaios, periquitos e cacatuas. Essa família apresenta ampla distribuição pelas regiões tropicais do globo, entretanto, existem espécies em regiões subtropicais e frias. As araras destacam-se como as maiores aves dessa família e são reconhecidas por suas penas multicoloridas e longa cauda.
Atualmente, muitas araras encontram-se ameaçadas, devido, dentre outros fatores, à destruição de seu habitat e à sua captura pelo mercado ilegal de animais silvestres.
Veja também: Adaptações das aves ao voo — do que esses animais precisam para voar?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre araras
- 2 - Características da família Psittacidae
- 3 - Características das araras
- 4 - Espécies de araras
Resumo sobre araras
-
A família Psittacidae é a família em que estão inseridas as araras.
-
As aves dessa família apresentam cabeça larga e robusta, bico forte e penas de coloração vistosa.
-
Esses indivíduos encontram-se, principalmente, na região tropical do planeta, mas podem também ocorrer em regiões frias e subtropicais.
-
O Brasil se destaca como uma região rica em psitacídeos.
-
Araras são aves que se destacam por suas penas coloridas e longa cauda.
-
São consideradas os maiores psitacídeos.
-
No Brasil, são encontradas 13 espécies de araras.
Características da família Psittacidae
A família Psittacidae é a família em que estão inseridas as araras. Além desses animais, essa família inclui papagaios, periquitos, cacatuas, maracanãs e outros. Seus representantes são considerados por alguns autores como as aves mais inteligentes do mundo.
Os psitacídeos são reconhecidos, principalmente, por sua plumagem com cores vibrantes, cabeça larga e robusta e bico curvo e arredondado. Possuem pés curtos, que são utilizados para a sustentação do corpo e também para manipular alimentos. A maioria das espécies não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, o macho e a fêmea não demonstram grandes diferenças na aparência física.
As aves da família Psittacidae são encontradas em variados biomas, ocorrendo com maior frequência em regiões tropicais. Essas aves se alimentam, geralmente, de frutos e sementes. O bico dessas aves é resistente e adaptado a esse tipo de alimentação. Além disso, possuem a musculatura da língua e da mandíbula bastante desenvolvida. Os psitacídeos não são animais territoriais, sendo algumas espécies encontradas em bandos numerosos.
Essas aves são, em sua maioria, monogâmicas, ou seja, possuem um único parceiro sexual durante a vida. Elas nidificam em cavidades, podendo colocar seus ovos em ocos de árvores, entre rochas ou em buracos de morros. Os ovos colocados por essas aves apresentam cor branca e tamanho da postura variável, bem como o período de incubação.
A família Psittacidae está entre os grupos mais ameaçados de todo o mundo. As principais ameaças às espécies dessa família são a destruição de seu habitat e o mercado ilegal de animais silvestres. Somente no Brasil, 16 espécies encontram-se classificadas como vulneráveis ou ameaçadas de extinção. Vale destacar que a ararinha-azul é considerada extinta da natureza.
Leia também: Animais ameaçados de extinção — expressão cada dia mais comum no cotidiano
Características das araras
Araras são aves da família Psittacidae que se destacam por suas penas coloridas e longa cauda. São consideradas as maiores aves da família, com espécies que podem atingir mais de 80 cm de comprimento e pesar cerca de 1,5 kg. A presença de penas exuberantes faz desses animais um dos psitacídeos mais ameaçados, uma vez que chamam muito a atenção de traficantes de animais.
Esses indivíduos podem ser encontrados voando aos pares ou formando grandes grupos. Apresentam grande capacidade de vocalização, emitindo sons potentes que podem ser ouvidos a longa distâncias. Podem apresentar uma vida longa, com expectativa, em cativeiro, de 50 a 80 anos.
-
Videoaula sobre aves
Espécies de araras
Como vimos ao longo do texto, existem diferentes espécies de araras, as quais são encontradas, principalmente, em regiões tropicais. O Brasil destaca-se por apresentar uma grande quantidade de indivíduos. São araras brasileiras: Anodorhynchus hyacinthinus, Anodorhynchus leari, Anodorhynchus glaucus, Cyanopsitta spixii, Ara ararauna, Ara chloropterus, Ara macao, Ara severus, Orthopsittaca manilata, Primolius maracana, Primolius auricollis, Primolius couloni e Diopsittaca nobilis. A seguir, vamos conhecer algumas dessas espécies.
-
Ararinha-azul
A ararinha-azul, Cyanopsitta spixii, é uma espécie de arara que, anteriormente, era observada na região da Caatinga do Nordeste do Brasil. É uma espécie, atualmente, considerada extinta da natureza, havendo indivíduos apenas em cativeiro. Vale salientar que existe um programa que visa reintroduzir essa espécie na natureza, o que poderá fazer com que essa espécie possa ser vista novamente nos céus do Nordeste do nosso país.
Única representante do seu gênero, a ararinha-azul apresenta penas de coloração azul na maior parte do corpo. A região ventral é mais clara, e na cabeça e pescoço observa-se uma tonalidade azul-acinzentada. Apresentam entre 55 e 57 cm de comprimento e peso compreendido entre 289 e 410 gramas. Sua alimentação é baseada em sementes, flores, frutos e seiva.
Saiba mais: Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN — fonte de informações sobre a conservação dos animais
-
Arara-canindé
Ara ararauna, a arara-canindé, é uma das espécies encontradas no Brasil. Ela ocorre desde o Panamá até o Sudoeste do nosso país. Essa espécie, também conhecida como arara-de-barriga-amarela ou arara-amarela, apresenta corpo com coloração azul em sua parte superior e cor amarela na região inferior. Na cabeça, é possível observar uma coroa verde. A região da garganta é negra, e a região ao redor dos olhos é nua, com linhas formadas por pequenas penas. Essa arara mede cerca de 80 cm.
Araras dessa espécie não apresentam dimorfismo sexual e são monogâmicas, características observadas na maioria dos psitacídeos. Podem ser encontradas em pares ou grupos. Elas botam seus ovos em cavidades de troncos de árvores e também em paredões rochosos. Geralmente, botam dois ovos, os quais são incubados por cerca de 24 a 26 dias. Se alimentam de frutos e sementes, sendo observada a ingestão, por exemplo, de cumbaru, jatobá e pequi.
-
Arara-vermelha
A arara-vermelha, Ara chloropterus, é uma espécie que apresenta penas de coloração vermelha em grande parte do seu corpo. Nas asas, é possível observar, na parte média, coloração verde e, nos extremos, azul. A ponta do rabo também é azul. Na região da face, é possível observar linhas de pequenas penas vermelhas. Essa espécie, que mede cerca de 90 cm e pode atingir até 1700 gramas, também é conhecida como arara-vermelha-grande.
No Brasil, é observada principalmente na região central e na Amazônia. Alimenta-se de frutos e sementes, os quais variam de acordo com a região onde o espécime vive. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há registro desses animais se alimentando de frutos como jerivá, tamarindo, manga, jacarandá e outros. Essas araras fazem ninhos em grutas de penhascos e troncos ocos de árvores e podem usar os mesmos ninhos de araras-azuis.
-
Arara-azul
A arara-azul, Anodorhynchus hyacinthinus, é a maior espécie de psitacídeo do mundo, podendo atingir um metro de comprimento e pesar cerca de 1,3 kg. A coloração dessa espécie é azul-cobalto, com um amarelo intenso localizado na região ao redor dos olhos, pálpebras e pele nua na base da mandíbula.
Essas araras apresentam uma alimentação muito especializada, de modo que alimentam-se, principalmente, de sementes de palmeiras. Seus bicos resistentes fazem com que essas sementes, mesmo duras, sejam quebradas com facilidade e em poucos segundos.
Araras-azuis podem ser encontradas vivendo em família, bandos ou grupos, sendo raramente avistadas sozinhas. Formam casais que demonstram fidelidade, sendo desfeitos apenas em caso de morte de um dos indivíduos. O casal divide as tarefas na criação de seus filhotes. No período de incubação, a fêmea permanece no ninho chocando os ovos, sendo, nesse período, alimentada pelo macho.