Albatroz

O albatroz é uma ave voadora de grande porte que vive em mar aberto. Apresenta tendência monogâmica e bota apenas um ovo por temporada.

Dois albatrozes pousados sobre pedras em região marítima.
O albatroz se destaca por ser uma ave voadora de grande porte que procura terra firme apenas na época reprodutiva.

Albatroz é uma ave marinha pertencente à ordem Procellariiformes e família Diomedeidae. Trata-se de aves que passam grande parte da vida em mar aberto, visitando terra firme apenas para construir seus ninhos, botar seus ovos e cuidar de seus filhotes. Esses animais destacam-se por sua grande capacidade de voo com pouco gasto de energia.

 Apesar de se destacarem pelo seu voo, não são grandes mergulhadores, já que possuem uma plumagem espessa e impermeável. Os albatrozes colocam apenas um ovo a cada temporada reprodutiva, e macho e fêmea se revezam nos cuidados com o ovo durante o período de incubação. Eles se alimentam de animais como peixes, sendo comum seguirem navios pesqueiros para conseguirem alimento. A pesca acidental é uma grande ameaça a esses animais.

Leia também: Tucanos — aves conhecidas pelo seu bico longo e colorido

Tópicos deste artigo

Resumo sobre albatroz

  • Albatroz é o nome popular dado a aves marinhas da ordem Procellariiformes e família Diomedeidae.

  • A família inclui as maiores aves voadoras do mundo, sendo esse o caso do albatroz-gigante, que pode atingir cerca de 3,5 m de envergadura.

  • Albatrozes vivem em mar aberto e visitam pouco a terra firme, estando esse contato relacionado com sua reprodução.

  • Para decolarem, correm vários metros na superfície da água.

  • Durante o voo, os animais aproveitam correntes de ar, o que garante pouco gasto de energia.

  • Albatrozes frequentemente interagem com operações pesqueiras, o que pode levar o animal à morte por ferimentos e afogamentos.

  • Albatrozes se alimentam de peixes, moluscos e crustáceos.

Características do albatroz

Albatroz é o nome popular dado a aves pertencentes à ordem Procellariiformes e família Diomedeidae. A família destaca-se por possuir as maiores aves voadoras do planeta, sendo esse o caso do albatroz-gigante, que pode atingir cerca de 3,5 m de envergadura. Os albatrozes estão distribuídos em quatro gêneros:

  • Diomedea;

  • Thalassarche;

  • Phoebetria;

  • Phoebastria.

São aves marinhas oceânicas, ou seja, passam grande parte de sua vida em mar aberto. A terra firme só é visitada por esses animais quando vão construir seu ninho, botar seus ovos e cuidar de seus filhotes.

Eles apresentam bicos grandes e fortes que possuem diferentes cores, sendo possível observar espécies com bicos amarelos, pretos, cinzas e até mesmo azuis. Em relação à plumagem, essa varia, podendo ser branca, parda ou negro-azulada. As asas dessas aves são longas e estreitas, e os seus pés apresentam membranas entre os dedos.

No bico, observam-se duas narinas tubulosas, as quais acompanham as faces laterais. Por se tratar de uma ave marinha, conta com uma glândula de sal, a qual excreta o excesso de sal presente em seu corpo. Ela se localiza em uma cavidade no crânio presente acima de cada olho e atua retirando o sal do sangue e eliminando uma solução concentrada pelas narinas.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Uma característica marcante desse animal é seu olfato aguçado, uma característica considerada pouco comum em aves. Essas aves utilizam essa capacidade para localizar suas colônias e também comida. Albatrozes possuem um cheiro marcante devido ao óleo produzido por sua glândula uropigiana. A secreção produzida por essas glândulas promove a impermeabilização das penas e também atua como guia hormonal até a parceira e o ninho.

Os albatrozes possuem uma plumagem espessa e impermeável, o que garante que o animal se mantenha seco e aquecido. Entretanto, essa característica os afeta negativamente quando o assunto é mergulho, uma vez que para realizar essa atividade precisam gastar muita energia.

Em relação à voadura, os albatrozes apresentam um voo com baixo gasto energético, o que garante que sejam capazes de realizar longas viagens. Eles batem pouco suas asas, deixando-as abertas e aproveitando as correntes de vento. São capazes de acompanhar navios por várias horas quase sem movimentar suas asas. Para decolarem quando estão em alto-mar, os albatrozes literalmente correm sobre as águas.

Onde o albatroz vive?

Como salientado anteriormente, albatroz é o nome popular de aves pertencentes a quatro gêneros distintos. Esses animais são aves marinhas migratórias que podem ser observadas em oceanos do Hemisfério Norte e também no Hemisfério Sul. De acordo com o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, existem 22 espécies de albatrozes em todo o mundo, sendo possível observar seis delas sobrevoando águas do Brasil ou interagindo com a pesca brasileira. São elas: albatroz-de-tristão, albatroz-gigante, albatroz-de-nariz-amarelo-do-atlântico, albatroz-de-sobrancelha-negra, albatroz-real-do-norte e albatroz-real-do-sul.

Alimentação do albatroz

Os albatrozes alimentam-se, principalmente, de animais como peixes, moluscos e crustáceos. Seus bicos, que apresentam formato de gancho, os ajudam na captura de suas presas, que são, geralmente, escorregadias e rápidas.

Albatrozes se alimentando no mar.
Albatrozes se alimentam especialmente de peixes, moluscos e crustáceos.
  • Albatrozes e a pesca

Albatrozes são avistados com frequência interagindo com as operações pesqueiras, uma vez que conseguem alimento facilmente dessa forma. O problema está no fato de que esses animais podem ser capturados acidentalmente, em especial pelas embarcações espinheleiras (embarcações especializadas em capturar peixes grandes longe das costas).

Nessas embarcações, vários anzóis com iscas são utilizados, o que atrai os albatrozes e acaba os fisgando. Os animais fisgados, consequentemente, morrem afogados ou por causa de lesões.

Saiba mais: Pesca artesanal e pesca comercial nos oceanos

Reprodução do albatroz

Albatrozes são aves com tendências monogâmicas, ou seja, que apresentam apenas um único parceiro reprodutivo por toda sua vida. Em caso de morte do parceiro, no entanto, podem procurar outro indivíduo para assumir esse papel.

Esses animais se reproduzem, geralmente, apenas uma vez ao ano. Entretanto, em algumas espécies esse intervalo pode ser de dois anos ou mais. A cada temporada reprodutiva, o albatroz coloca apenas um ovo. Caso o ovo sofra algum dano, como a quebra ou ataque por algum predador, o albatroz não se reproduzirá novamente naquele ano, se acasalando novamente apenas na próxima temporada.

O ovo do albatroz nunca é deixado sozinho, sendo essa uma forma de o animal proteger o ovo e garantir que eles mantenham a temperatura adequada. Os ovos, que podem pesar cerca de 500 gramas em algumas espécies, são colocados em ninhos, que são feitos, geralmente, em ilhas isoladas, com pouca ação humana. Os ninhos são feitos com diferentes materiais, como areia, barro ou grama.

Os albatrozes nidificam em colônias, as quais podem apresentar muitos indivíduos, a depender da espécie que está sendo observada. O período de incubação do ovo do albatroz varia entre 68 e 79 dias, sendo que, durante esse período, o casal reveza os cuidados com o ovo. Os turnos de revezamento podem ser de um dia até três semanas. Como os albatrozes nidificam, geralmente, em ilhas isoladas, é importante que o revezamento entre os pais aconteça para que eles possam se alimentar.

Vale salientar que o cuidado com os filhotes não finaliza com o nascimento. Depois que o filhote nasce, o revezamento continua. Os filhotes demoram para conseguir voar e sair do ninho, sendo observado em algumas espécies um processo que dura cerca de 280 dias. Outra curiosidade a respeito desses animais é que o filhote pode demorar até cinco dias para sair completamente do ovo.

Veja também: Sistema reprodutor das aves

Extinção dos albatrozes

Em todo o mundo, existem 22 espécies de albatrozes, estando a maioria delas incluída dentro das categorias de ameaça da IUCN (“criticamente em perigo”, “em perigo” ou “vulnerável”). O albatroz-real-do-norte, por exemplo, está classificado atualmente como “em perigo”. O albatroz-gigante, por sua vez, está classificado como “vulnerável”. Já o albatroz-de-tristão está classificado como “criticamente em perigo”.

Existem diferentes causas relacionadas com o declínio das populações desses animais. Alguns dos problemas enfrentados pelos albatrozes são a captura acidental na pesca, predação por espécies introduzidas e mudanças no habitat oceânico.  

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

Artigos relacionados

Aves

Saiba tudo sobre as aves. Entenda a capacidade desses animais de voar e como se reproduzem.

Estrutura das aves

Clique aqui e conheça a estrutura do corpo das aves e suas adaptações para o voo.