Identidade Cultural

Embora seja comumente associada a atividades altamente estimadas, a concepção de cultura vai muito além disso. Nossa identidade cultural é o que somos em nosso mundo social.

Nossa identidade cultural é construída a partir de nossa convivência com o outro

A palavra “cultura” é comumente relacionada a práticas geralmente consideradas de maior “refino” e profundidade intelectual, como a literatura, a arte e a música erudita. Entretanto, devemos entender que não são apenas as atividades que levamos em alta estima que devem ser consideradas como cultura.

Surpreendentemente, a cultura está ligada a uma enorme parte de nossa convivência social. Coisas como nossa linguagem, nossa maneira de agir em uma situação, o que comemos, como nos vestimos e até mesmo como nos vemos, estão diretamente ligadas à nossa formação cultural.

Para a Sociologia, a cultura é o conjunto de características que o indivíduo herda ou aprende em seu convívio social, com sua família e os demais indivíduos que fazem parte do seu dia a dia. Essas características servem para que possamos nos comunicar, de forma a compreender e sermos compreendidos por outros que fazem parte de nossa sociedade, e definem grande parte de nossos valores e normas, determinando o que é e o que não é desejável, em termos de comportamento, em nosso meio social.


A língua portuguesa é uma das heranças culturais que Portugal nos deixou

Nossa identidade cultural está diretamente ligada com o que somos e como vemos o mundo. Ela começa a ser moldada no momento em que nascemos e é construída até o momento em que morremos. Os valores e as normas que estão ligados a uma cultura dentro de uma sociedade ou comunidade comum podem variar e até mesmo serem contraditórios: alguns grupos de indivíduos podem basear suas experiências de vida em sua religiosidade, enquanto outros se baseiam em uma visão puramente científica do mundo.

É importante entender que nossa cultura não é algo fixo ou imutável, ela está sempre se moldando de acordo com nossas experiências em sociedade. Autores como o polonês Zygmunt Bauman, julgam que nossa cultura é tão maleável que chega a ser comparada a liquidez da água, que está sempre mudando de forma. A ideia de “liquidez social” de Bauman é formada a partir de observações de vários processos sociais. Entre eles está a chamada “aculturação”, que se dá em meio ao “choque cultural”, onde duas ou várias sociedades de culturas diferentes passam a ter contato e a conviver com suas diferenças. Dentro dessa convivência, características culturais, como a culinária, palavras, ideias ou formas de se vestir de uma são absorvidas pela outra e vice-versa.

O processo de aculturação nos mostra que, em um mundo interligado como o nosso, a ideia de pureza cultural é completamente falsa. Sofremos influências e influenciamos mesmo sem perceber. Por tanto, a noção de que existem culturas superiores ou inferiores é considerada um engano. Falamos apenas em culturas diferentes.

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*Créditos da imagem: Shutterstock.com / Rudra Narayan Mitra


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Por: Lucas de Oliveira Rodrigues

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