Por que será que após as refeições, principalmente depois do almoço, costumamos sentir certa sonolência?
Um dos fatores que levam a essa sonolência é a quantidade de vezes que mastigamos os alimentos durante as refeições.
A Cinética Química é o ramo da Química que estuda a velocidade das reações e ela diz que um dos fatores que influenciam a velocidade de uma reação – como a reação de digestão – é a superfície de contato. Quanto maior a superfície de contato, maior será a rapidez com que a reação ocorre.
De tal modo, quanto mais mastigamos, mais os alimentos são triturados e, assim, aumentamos a superfície de contato deles. Dessa forma, aumenta-se a rapidez da reação e a digestão ocorrerá com maior facilidade.
No entanto, se não triturarmos muito bem os alimentos antes de ingeri-los, a reação de digestão será mais lenta, pois será necessário mais suco gástrico para decompor o alimento. O principal constituinte do suco gástrico é o ácido clorídrico (HCl) e para aumentar a sua produção é necessário retirar íons H+ do sangue. É essa retirada de íons do sangue que provoca a chamada sonolência após as refeições.
Além disso, após a digestão gera-se muito bicarbonato de sódio, que diminui a atividade de alerta do cérebro. Esse sono é denominado cientificamente alcalose pós-prandial, isto é, pós-refeição.
Por esse e por outros fatores que visam à manutenção de uma boa saúde, os médicos, dentistas e nutricionistas recomendam que os alimentos sejam muito bem mastigados. Alguns macrobióticos orientam que é preciso mastigar 100 vezes a comida a cada “garfada”.
Outros fatores que causam a sonolência é a falta de oxigenação no cérebro, pois o sangue fica concentrado na área do aparelho digestivo; assim, a oferta de oxigênio para o cérebro diminui e sua atividade também, além de diminuir a irrigação do sistema nervoso, o que diminui a capacidade de concentração e a força dos músculos.
Além disso, o consumo de alimentos ricos em açúcar aumenta a concentração de glicose no sangue, que também deixa o cérebro menos alerta.