O rádio é um elemento radioativo descoberto pelo casal Curie. Nos primeiros anos de sua descoberta, acreditava-se que ele poderia ser usado para curar muitas enfermidades.
O rádio é um elemento químico cujo número atômico (Z) é igual a 88, seu ponto de fusão é de cerca de 700 ºC, seu ponto de ebulição é cerca de 1140 ºC, sua densidade é de 5,0 g/cm3 e sua massa atômica é 226,05 g/mol.
O elemento rádio possui número atômico 88 e massa atômica 226
Esse elemento químico é bastante radioativo e foi descoberto por Marie Sklodowska Curie (1867-1934) e seu marido Pierre Curie (1859-1906). Esses cientistas observaram que a pechblenda (óxido de urânio) era um minério muito mais radioativo do que o urânio que o compunha. Por isso, eles suspeitaram da existência de outro elemento radioativo em sua composição. Empenharam-se então em um trabalho árduo para isolar tal elemento. Após três meses, eles conseguiram isolar um elemento radioativo que recebeu o nome de polônio, em homenagem à Polônia, terra natal de Marie Curie.
No entanto, o minério ainda se mostrava mais radioativo do que o polônio. Assim, continuaram em seus trabalhos e, com a ajuda de Gustave Bémont (1867-1932), conseguiram uma fração que continha o elemento mais radioativo até então descoberto, que chamaram, então, de rádio (do latim radius, que significa “raio”).
Depois de quatro anos trabalhando com afinco, Marie Curie, com a ajuda de Pierre e outros colaboradores, conseguiu isolar 1 decigrama de rádio metálico puro. Foi ela também que determinou a massa molar do rádio e algumas de suas propriedades. Por exemplo, esse elemento brilha no escuro e tem radioatividade 2000 vezes maior que a do urânio.
O rádio é um elemento radioativo que brilha espontaneamente[2]
O rádio é um elemento radioativo que vem da série de decaimento do urânio-238 e tório-232. Calcula-se que existe aproximadamente 1 ppt (parte por trilhão) de rádio na crosta terrestre, sendo que ele possui vários isótopos radioativos, sendo que o mais estável é o de massa molar 226,05, que possui meia-vida de 1599 anos.
A descoberta do rádio fez com que esse elemento passasse a ser mais estudado e usado no descobrimento de novas teorias atômicas. O cientista Frederick Soddy (1877-1956) afirmou que quando o rádio se desintegrava, era liberada uma energia quase 1 000 000 de vezes maior do que a obtida por uma mesma massa de matéria submetida a qualquer transformação conhecida antes da descoberta da radioatividade.
Isso levou a um grande entusiasmo pelo uso do rádio, chegando até mesmo ao ponto de produtos, como cosméticos, que continham esse elemento serem vendidos (alguns apenas afirmavam que tinham, mas era apenas enganação – o que representou, na verdade, um benefício para os consumidores!), prometendo “milagres”, como o rejuvenescimento da pele, tornando-a mais bonita. Havia também produtos médicos e farmacêuticos, tônicos e revigorantes que prometiam a cura para muitas enfermidades, como problemas dermatológicos, fortificação do organismo e até mesmo cura de cânceres.
Reprodução falsa de produtos com rádio vendidos na primeira parte do século XX no Museu Marie Curie em Paris[3]
Além disso, ele também era usado na composição de tintas luminosas para ponteiros de relógios. Outros produtos que continham rádio eram: coquetel fluorescente para bailes e festas, pasta de dente, roleta de cassino fluorescente, protetor auricular, cigarro, sabões, lâminas de barbear, entre outros.
Como a radioatividade era uma descoberta relativamente nova, as pessoas não se protegiam e, como resultado, muitas morreram. Com o tempo, notou-se que o rádio causava muitos males, principalmente no caso dos consumidores e manipuladores das tintas de rádio e dos trabalhadores das minas de urânio. No caso dos que usavam os cosméticos e outros produtos que continham o rádio, houve casos de irritações, queimaduras, cegueiras e outros resultados só foram amenizados em razão de o rádio ser muito caro e, por isso, eles eram adicionados em pequenas quantidades aos produtos.
Atualmente, o uso do rádio mais benéfico é no tratamento de certos tipos de câncer (braquiterapia).
* Créditos das imagens:
[1] Autor: IgorGolovniov / Shutterstock.com ;
[2] Autor: Mauswiesel/ Wikimedia Commons;
[3] Autor: Travus /Wikimedia Commons.
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