Como mostrado no texto Oxidação dos Álcoois Primários, os álcoois podem sofrer oxidação na presença de agentes oxidantes e originar diversos compostos. Esse texto mostrou que isso ocorre devido ao caráter positivo que o carbono ligado à hidroxila (─ OH) adquire.
δ+1 │ δ-2 δ+1
─ C ─ O ─ H
│
Estando positivo, um oxigênio nascente que estiver no meio irá atacar o carbono. Se ele tiver uma ligação com algum hidrogênio, o oxigênio irá se colocar entre esse hidrogênio e o carbono, formando um grupo carbono-oxigênio-hidrogênio:
δ+1│ δ-2 δ+1
H ─ O ─ C ─ O ─ H
│
Essa é a estrutura de um diol gêmino, ou seja, que possui dois grupos hidroxila ligados ao mesmo carbono. Ela é muito instável e, por isso, decompõe-se, liberando água e formando um novo composto que dependerá se o carbono for primário, se for o metanol ou se for secundário.
No caso dos álcoois primários, os produtos formados poderão ser aldeídos ou ácidos carboxílicos porque o carbono positivo está ligado a dois hidrogênios, podendo sofrer esse ataque de um oxigênio nascente em dois locais.
Já no caso dos álcoois secundários, o carbono de caráter positivo só está ligado a um hidrogênio, ou seja, ele está entre dois carbonos, tendo apenas um local possível para ocorrer o ataque e, consequentemente, só irá gerar um tipo de molécula, que será sempre uma cetona.
Genericamente, temos que a oxidação de álcoois secundários pode ser dada por:
O grupo cetona é aquele que tem a carbonila (C ═ O) num carbono secundário, isto é, ligado a dois outros carbonos.
Geralmente, o agente oxidante que se usa nesse tipo de reação é uma solução aquosa de dicromato de potássio (K2Cr2O7) em meio ácido.
No exemplo abaixo, a propanona (acetona usada para retirar esmaltes das unhas) é obtida na oxidação do propano-2-ol, um álcool secundário:
Visto que os álcoois terciários não possuem nenhum hidrogênio ligado ao carbono de caráter positivo, não há nenhum ponto na molécula que possa ser atacado pelo oxigênio nascente. Dessa forma, álcoois terciários não sofrem oxidação.