Os principais métodos de extração de óleos essenciais das plantas são enfloração ou enfleurage, destilação por arraste de vapor e extração com solventes orgânicos.
Conforme explicado no texto “A Química dos Perfumes”, o odor agradável nesses produtos deve-se às fragrâncias, que podem ser de origem natural ou artificial. Assim, o primeiro passo para a fabricação dos perfumes é a obtenção das fragrâncias, que, no caso das naturais, são obtidas por meio da extração dos óleos essenciais, chamados também de essências, provenientes principalmente dos vegetais, como flores, folhas, raízes, caule, frutos e sementes.
Veremos neste texto quais são os três métodos principais usados para a extração de solventes de flores e folhas das plantas. O tipo de extração usado depende da matéria-prima e do tipo de óleo essencial que será obtido, porém todas se baseiam em algumas propriedades físicas dos óleos, que são: diferenças de solubilidade, volatilidade e temperatura de ebulição.
1. Enfloração (enfleurage): Como o próprio nome indica, essa técnica de extração a frio é usada para a extração dos óleos essenciais de flores delicadas, sensíveis ao calor e que possuem um baixo teor desses óleos. Basicamente, consiste em colocar camadas das pétalas de flores frescas sobre cera em uma placa de vidro. Todos os dias essa camada de flores é trocada por novas e, lentamente, a cera extrai esses componentes aromáticos, sendo posteriormente filtrada e destilada em baixa temperatura. O líquido oleoso obtido é misturado ao álcool e novamente destilado.
Pétalas de flores preparadas para enfleurage
2. Hidrodestilação ou destilação por arraste de vapor d'água: Essa é a técnica mais antiga, feita há cerca de 5000 anos, pois mostra-se como o método mais eficiente e de menor custo. Nesse processo, usa-se uma aparelhagem semelhante à mostrada abaixo, porém, na ilustração, faltou o equipamento acoplado ao condensador com uma saída que contém uma espécie de torneira.
Esquema de aparelhagem de destilação simples
Nesse processo, a matéria-prima, geralmente folhas de plantas, é colocada em um balão de fundo redondo misturado com água destilada. Esse balão é aquecido em uma manta térmica até a ebulição. O vapor da água arrasta essas substâncias aromáticas voláteis e chega ao condensador, passando por um resfriamento, onde essa mistura volta para o estado líquido.
No entanto, os óleos essenciais não se misturam com a água, ocorrendo uma separação de fases, em que a fase oleosa fica na parte de cima, e a fase aquosa, na parte de baixo. Visto que o aparelho possui uma torneira, faz-se o seguinte: a torneira é aberta e primeiro obtém-se a água; fecha-se a torneira e, através de outro recipiente, abre-se novamente a torneira para que o óleo essencial separado seja coletado.
Destilação de óleo essencial em fábrica
3. Extração por solvente: O solvente usado varia conforme a necessidade. Pode, por exemplo, ser o etanol ou o éter de petróleo, que é indicado para a extração de óleos essenciais de flores. Geralmente, nessa técnica, usa-se um aparelho chamado Extrator de Soxhlet (figura abaixo).
O solvente é colocado em um balão de fundo redondo que é aquecido em uma manta aquecedora até a ebulição. O vapor do solvente sobe, sendo resfriado no condensador de bolas ou tipo serpentina, e passa para a região do Soxhlet, onde está a amostra da matéria-prima em um papel de filtro. Assim, o solvente extrai os componentes aromáticos, enchendo cada vez mais essa vidraria. Quando ela enche por completo, o solvente com a essência cai novamente para o balão e o processo continua quantas vezes forem necessárias, extraindo cada vez mais compostos aromáticos.
Aparelho extrator de Soxhlet usado em extração por solvente
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