Até o fim dos anos 1930, os cientistas não haviam encontrado na natureza nenhum elemento químico que tivesse número atômico superior ao do urânio (92). No entanto, isso mudou em 1934, quando uma equipe de pesquisadores, formada por Fermi, Segrè e colaboradores, passou a realizar as primeiras tentativas de produção de elementos além do urânio.
Em 1940, E. M. McMillan e P. H. Abelson realizaram bombardeamentos de núcleos do urânio-238 com nêutrons. Com esse bombardeamento, eles perceberam que era originado um isótopo do urânio (239), que, posteriormente, desintegrava-se, dando origem a um novo elemento químico, de número atômico igual a 93, que recebeu o nome de Netúnio, em homenagem ao planeta Netuno.
92238U + 01n →92239U → 93239Np + -10β
Esse e outros elementos descobertos que possuíam número atômico superior ao do Urânio foram denominados de elementos transurânicos.
Outra equipe que se destacou foi a comandada por Glenn T. Seaborg, que,juntamente aE. M. McMillan, J. W. Kennedy e A. C. Wahl, isolou outro elemento transurânico, o de número atômico igual a 94, que foi denominado de Plutônio em homenagem a Plutão.
Outros elementos transurânicos foram sendo descobertos. Seaborg foi um cientista que mostrou ser um dos mais produtivos nesse campo. Além de descobrir o plutônio, ele descobriu mais quatro elementos e esteve envolvido na descoberta de mais cinco.
Seaborg também levantou a hipótese de que os elementos de número atômico acima do actínio (89) formariam uma nova série semelhante aos lantanídeos. Desse modo, surgiu uma nova configuração para a Tabela Periódica e também foi possível explicar as propriedades físicas desses elementos.
A seguir, temos os nomes de quase todos os elementos transurânicos descobertos até o momento. Os que possuem número atômico maior que o férmio (Z= 100) são chamados de elementos transférmicos.
Observe que a maioria desses elementos recebeu um nome em homenagem a algum cientista. No entanto, atualmente, a IUPAC definiu algumas regras para os nomes dos elementos que forem descobertos. Por exemplo, um elemento com número químico igual a 113 será chamado de ununtrium e um elemento com número atômico igual a 115 será ununpentil.
Infelizmente, os núcleos atômicos desses elementos são muito instáveis e, por isso, eles são gerados em pequenas quantidades e rapidamente ocorre o seu decaimento. Além disso, com o aumento do número atômico, o tempo de meia-vida desses elementos diminui, tornando difícil a sua caracterização e a determinação de suas propriedades físicas e químicas.