Uma dieta sem glúten ajuda a emagrecer, mas deve ser acompanhada por um profissional que o ajudará a fazer trocas inteligentes, como por quinoa a amaranto.
Muitas pesquisas indicam que a retirada ou a diminuição de alimentos que contêm glúten da alimentação realmente ajuda no emagrecimento. Uma dessas pesquisas foi feita na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) pela nutricionista Fabíola Marcela, que comparou durante oito semanas um grupo de camundongos que tinha uma dieta rica em glúten com outro grupo de camundongos cuja dieta não continha glúten. Os dados obtidos foram organizados na sua dissertação com o tema: “Efeitos de dieta isenta de glúten em modelo experimental de obesidade”, realizada em 2010, na Faculdade de Farmácia.
Entre os resultados encontrados, foi observado que 22% dos camundongos que não ingeriram glúten tiveram menos ganho de peso, 33%, menos ganho de gordura visceral; e 17%, uma menor taxa de glicose de jejum. Isso é um aspecto importante, porque significa que, sem o glúten na dieta, a carga glicêmica no organismo diminui e consequentemente libera menos insulina, hormônio responsável pelo acúmulo de gordura no organismo. Portanto, para alguns, a retirada do glúten da dieta pode sim apresentar bons resultados no emagrecimento.
Além disso, quando a pessoa deixa de ingerir alimentos ricos em glúten, como pães e bolos de farinha de trigo, além de massas, como pizza e macarrão, geralmente eles são substituídos por alimentos menos calóricos, como é o caso de frutas. Desse modo, há sim uma redução na quantidade de calorias diárias ingeridas e, consequentemente, uma diminuição de “peso”. O consumo de alimentos industrializados também diminui, o que inclui embutidos, bebidas alcoólicas, achocolatados, chocolate e queijos.
No entanto, isso deve ser visto com cautela, pois qualquer dieta alimentar deve ser acompanhada por um médico competente. Além disso, conforme explicado no texto “Glúten – composição e fontes na alimentação”, o glúten é uma proteína presente em alimentos derivados do trigo, cevada, malte, aveia e centeio. Um fator que deve ser levado em conta é que tais cereais fornecem também ao organismo muitos outros nutrientes, tais como fibras, vitaminas – principalmente do complexo B – e os carboidratos. Os carboidratos são os nutrientes que devemos consumir em maior quantidade durante o dia, pois são eles que nos fornecem a energia necessária para realizar as atividades diárias.
A ausência de carboidratos no organismo pode levar a doenças sérias, pois causa alterações em nosso metabolismo. Por exemplo, se não houver carboidrato suficiente para produzir energia para o organismo, serão usadas as gorduras para tal finalidade, o que pode resultar em uma queima incompleta da gordura, produzindo toxinas que diminuem o pH do sangue (acidose), levando ao desequilíbrio do sódio e à desidratação. Os sintomas que uma pessoa que ingere pouco carboidrato pode sentir são fraqueza, raciocínio lento, tonturas, desmaios, entre outros.
Portanto, os alimentos que contêm glúten não devem ser banidos da alimentação sem que haja uma necessidade real.
O texto mencionado também explica que somente no caso de pessoas que possuem a doença célica é que o glúten deve ser retirado totalmente da dieta.
Outro ponto é que se o glúten for realmente retirado da alimentação, a pessoa deve realizar trocas inteligentes, ou seja, substituir por outros alimentos que poderão suprir os demais nutrientes. Alguns exemplos são a quinoa, o amaranto e muitos alimentos como pães, bolos e até farinha que tem a inscrição no rótulo “sem glúten”, pois, no lugar do trigo, esses alimentos são feitos de milho, amido de milho, de fécula de batata ou de fécula de mandioca. Deve-se observar no rótulo se há fibras na composição, como no caso de alimentos sem glúten integrais, pois, do contrário, essas farinhas brancas podem aumentar a insulina e a pessoa engordará da mesma forma. Um bom exemplo é o biscoito de polvilho integral sem gordura hidrogenada.
Quinoa e amaranto são bons substituintes para os alimentos com glúten
A dieta também deve ser balanceada, pois é importante consumir também frutas, verduras e legumes no lugar de só alimentos feitos com farinha sem glúten. É preciso ter em mente que só a retirada do glúten da alimentação pode não fazer tanta diferença assim se não for acompanhada de uma reeducação alimentar e um estilo de vida mais saudável com a inclusão de atividades físicas regulares.
Ao substituir os alimentos com glúten, não se deve deixar de se alimentar com frutas e verduras