No ano de 1992 houve uma reunião com 179 chefes de Estado, no Rio de Janeiro, (ECO-92) onde foi elaborada a Agenda 21. Nesse documento os países se comprometiam a prezar pelo chamado desenvolvimento sustentável.
Esse termo foi citado pela primeira vez em 1983, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU, e se refere ao desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem esgotar os recursospara as futuras gerações.
Vinte anos depois da criação da Agenda 21, que avanços foram conseguidos? Será que os países estão conseguindo cumprir suas metas? Que novas alternativas podem ser dadas para diminuir o impacto ambiental sobre o meio ambiente causado pelo avanço da tecnologia? Que mudanças precisam ser feitas? E os aspectos econômicos e sociais envolvidos?
Para responder a essas e outras questões e em comemoração aos vinte anos da ECO-92, realiza-se a Rio+20, uma Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, na cidade do Rio de Janeiro. Os dois temas principais abordados nessa Conferência serão:
· A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
· A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
Em geral, a Química é vista como estando contra a economia verde. A maioria das pessoas pensa assim porque as atividades produtivas nas indústrias químicas e nos laboratórios podem envolver riscos e ser potenciais causadoras de poluição, diante das substâncias tóxicas e/ou inflamáveis com que se trabalham e em decorrência dos resíduos que precisam ser tratados antes de serem enviados para estações de tratamento, reciclagem, reutilização ou incineração.
É verdade que a Química, como qualquer outra ciência, pode prejudicar o meio ambiente. Mas isso ocorre se ela for usada de forma errada, sem conhecimento e em excesso. Além disso, ela pode contribuir para criar novos meios de se conseguir o avanço tecnológico agredindo menos o meio ambiente.
Os químicos estão cada vez mais interessados em procurar estabelecer normas e princípios para implementar processos químicos mais “limpos”. É nesse contexto que surge a Química Verde, ou Química Limpa, que pode ser definida da seguinte forma:
A Química Verde é, então, uma filosofia, sendo que seus 12 princípios básicos são:
1. Evitar a produção de resíduos;
2. Economia dos átomos, maximizando a incorporação de todos os materiais de partida no produto final;
3. Síntese de produtos menos perigosos;
4. Desenho de produtos seguros;
5. Uso de solventes e auxiliares mais seguros;
6. Busca pela eficiência de energia;
7. Uso de fontes renováveis de matéria-prima;
8. Evitar a formação de derivados;
9. Usar reagentes catalíticos no lugar de reagentes estequiométricos;
10. Desenhar os produtos para que se degradem com facilidade;
11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição;
12. Química intrinsecamente segura para a prevenção de acidentes químicos.
Os conhecimentos gerados na Química Verde podem ajudar a sociedade a adquirir uma mudança de hábitos e comportamentos, pois pode promover o esclarecimento de como certos produtos e atitudes oferecem mais riscos à natureza que outros.
Para se conseguir a segurança do ambiente é preciso esforços concentrados de todo o planeta, pois é um problema global. É importante que todos, pelo menos, considerem a filosofia da Química Verde, pois cada vez que conseguimos cumprir alguns de seus quesitos estamos caminhando para a utilização consciente dos recursos do planeta e para a manutenção da vida.
Só o uso adequado da química poderá contribuir para mitigar a fome, melhorar a qualidade de vida e o conforto da população.