As baterias de níquel/cádmio ou de cádmio/óxido de níquel são muito utilizadas em aparelhos sem fio como celulares, barbeadores, câmeras de vídeo, flashes, aparelhos eletrônicos portáteis, ferramentas, entre outros.
Elas foram bastante usadas nos primeiros celulares (atualmente são mais usadas as baterias de íon lítio) e também eram encontradas nas pilhas cilíndricas recarregáveis.
A principal vantagem da bateria de níquel-cádmio é a sua durabilidade, pois pode ser recarregada até 4000 vezes, conservando a ddp de 1,4 V.
O ânodo, ou polo negativo, desse tipo de bateria é feito de cádmio metálico, que perde elétrons. Já o cátodo, polo positivo que recebe os elétrons, é níquel metálico recoberto de óxido de níquel hidratado (NiO(OH)). A pasta eletrolítica contém cerca de 28% de hidróxido de sódio (KOH).
As semirreações que ocorrem nos eletrodos e a reação global de funcionamento desse tipo de bateria são:
Semirreação do ânodo: 1 Cd(s) + 2 OH-(aq) → 1 Cd(OH)2(s) + 2e-
Semirreação do cátodo: 2 NiO(OH) + 2 H2O(ℓ) + 2e- → 2 Ni(OH)2(s) +2 OH-(aq)
Reação global: 1 Cd(s) + 2 NiO(OH) + 2 H2O(ℓ) → 1 Cd(OH)2(s) + 2 Ni(OH)2(s)
Os produtos formados são insolúveis e ficam aderidos aos eletrodos até que a bateria descarregue e pare de funcionar. Quando isso ocorre, basta carregá-la usando um aparelho conectado à rede de eletricidade doméstica, conhecido como “carregador”.
A maior desvantagem do uso das baterias de níquel-cádmio é o descarte incorreto, pois o cádmio é um metal pesado bastante tóxico mesmo em pequenas quantidades, que pode causar vários problemas de saúde, tais como: disfunção renal, problemas pulmonares, câncer, mutações genéticas e danos ao sistema genital.
Por isso, o Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) estabelece limites máximos para o uso desse metal na composição das baterias. Quando o produto segue esses limites, o fabricante coloca na embalagem a informação de que o produto pode ser descartado junto aos outros lixos domésticos.
No entanto, quando paramos para pensar que isso também se aplica a outros tipos de pilhas e baterias que contêm outros metais pesados, como chumbo e mercúrio, e que a quantidade desses equipamentos vem crescendo cada dia mais, o descarte no lixo comum não é uma boa solução.
O Brasil comercializa por ano 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias de celulares, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Assim, o melhor que temos a fazer é devolver ao vendedor, representante ou fabricante, ou levá-las para postos de coletas que vão destiná-las à reciclagem e a tratamentos adequados.
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