Visconde de Taunay

Visconde de Taunay foi um conhecido escritor carioca. Suas obras fazem parte do romantismo brasileiro, e seu romance regionalista Inocência é seu livro mais famoso.

Visconde de Taunay, em obra de Louis-Auguste Moreaux (1817-1877).

Visconde de Taunay foi um romancista brasileiro. Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 22 de fevereiro de 1843. Mais tarde, ingressou na carreira militar, estudou Engenharia e também atuou como governador e senador, antes da Proclamação da República.

O escritor faleceu em 25 de janeiro de 1899, no Rio de Janeiro. Ele foi um dos principais autores da prosa regionalista do romantismo brasileiro. Seus livros apresentam idealização amorosa e valorização da cultura regional. Sua obra-prima é o famoso romance Inocência.

Leia também: José de Alencar — o principal nome da prosa romântica brasileira

Resumo sobre Visconde de Taunay

  • O romancista carioca Visconde de Taunay nasceu em 1843 e morreu em 1899.

  • Ele foi escritor, engenheiro, militar, governador e senador.

  • Seus livros apresentam características do romantismo brasileiro.

  • A idealização amorosa e o regionalismo são as principais características de seus textos.

  • O romance regionalista Inocência é a obra mais famosa desse autor.

Biografia de Visconde de Taunay

Visconde de Taunay (Alfredo d’Escragnolle Taunay) nasceu em 22 de fevereiro de 1843, na cidade do Rio de Janeiro. Pertencente a uma rica família de origem francesa, teve uma infância privilegiada, não só material mas também culturalmente. Seu pai, o barão e pintor Félix Émile Taunay (1795-1881), era diretor da Academia de Belas Artes.

O avô do romancista, o barão Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830), era pintor. Já a mãe, a baronesa Gabrielle d’Escragnolle Taunay, era filha de um conde e de uma condessa. Logo o menino se interessou por literatura, desenho e pintura. Mais tarde, em 1859, o jovem Taunay ingressou na Escola Militar, por desejo da família.

Em 1863, passou a estudar no Colégio Central, onde se especializou em Matemática. No ano seguinte, em 1864, estudou Engenharia na Escola Militar da Praia Vermelha, em vez de Medicina, como era de seu gosto. Já em 1865, tomou parte de uma expedição a serviço do Exército brasileiro.

Assim, conheceu alguns estados do país. Sua função era registrar, por meio da escrita, os acontecimentos da expedição, isto é, era um relator. Responsável, portanto, por fazer o Relatório Geral da Comissão de Engenheiros. É preciso lembrar que o Brasil estava em guerra com o Paraguai, na Guerra do Paraguai.

Tal experiência deu origem a seus livros Cenas de viagem, de 1868, e Diário do Exército, de 1870, além de servir de material para outros livros do autor, inclusive para sua obra-prima, Inocência. Após a guerra, Taunay se dedicou ainda mais à escrita, porém, em 1875, trocou a carreira de escritor pela carreira política.

Assim, o grande defensor da monarquia atuou como governador e senador, mas seu envolvimento com a política chegou ao fim em 1889, com a Proclamação da República. Desse modo, retomou o seu ofício de escritor e publicou mais três livros. Em 1893, começou a sentir os sintomas do diabetes e morreu em 25 de janeiro de 1899, no Rio de Janeiro.

Títulos e honrarias de Visconde de Taunay

  • Cavaleiro da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo

  • Cavaleiro da Imperial Ordem de São Bento de Avis

  • Membro da Academia Brasileira de Letras

  • Oficial da Imperial Ordem da Rosa

  • Visconde

Características da obra de Visconde de Taunay

As obras do escritor romântico Visconde de Taunay apresentam as seguintes características:

  • amor idealizado;

  • mulher idealizada;

  • sentimentalismo;

  • uso intenso de exclamações;

  • valorização do espaço da narrativa;

  • regionalismo;

  • crítica sociopolítica;

  • nacionalismo.

Observação: É preciso mencionar que, apesar de a maioria das obras do autor possuir características regionalistas, seus três últimos livros apresentam elementos urbanos. Portanto, são ambientados na cidade do Rio de Janeiro e não no interior do Brasil.

Principais obras de Visconde de Taunay

Romances de Visconde de Taunay

  • A mocidade de Trajano (1871)

  • Inocência (1872)

  • Lágrimas do coração (1873)

  • Ouro sobre azul (1875)

  • No declínio (1889)

  • O encilhamento (1893)

Memórias de Visconde de Taunay

  • Cenas de viagem (1868)

  • Diário do Exército (1870)

  • La retraite de Laguna (1871)

  • A retirada de Laguna (1872)

  • Reminiscências (1908)

Contos de Visconde de Taunay

  • Histórias brasileiras (1874)

  • Narrativas militares (1878)

  • Ao entardecer (1901)

Teatro de Visconde de Taunay

  • Da mão à boca se perde a sopa (1874)

  • Por um triz, coronel (1880)

  • Amélia Smith (1886)

Veja também: Joaquim Manuel de Macedo — um dos principais representantes da prosa romântica urbana

Inocência, de Visconde de Taunay

Capa do livro Inocência, de Visconde de Taunay, publicado pela editora Martin Claret. [1]

A obra mais famosa de Visconde de Taunay é o romance regionalista Inocência. Nesse livro, o narrador mostra a história de amor impossível entre a jovem Inocência e o médico Cirino. Impossível porque a moça está noiva do rude Manecão, e a honra do pai dela, o mineiro Pereira, não pode ser manchada.

A heroína vive no interior do Mato Grosso e jamais questionou o seu destino, até que conhece Cirino. O rapaz é recebido na casa de Pereira para tratar Inocência, que está adoentada. Assim, os dois se apaixonam, mas não podem revelar o seu amor. Nesse ambiente rural, a honra é lavada com sangue.

No entanto, Pereira sequer desconfia do médico. A sua desconfiança é direcionada ao alemão Meyer, um estudioso de borboletas. O alemão ousou mencionar a beleza de Inocência diante de Pereira, que ficou ofendido e muito desconfiado. Portanto, quando o pai da moça descobre que Cirino traiu sua confiança, a surpresa é grande.

O médico vai em busca do padrinho de Inocência, com o objetivo de conseguir o seu apoio, mas Cirino encontra Manecão, que o mata, limpando a honra do futuro sogro. Cabe a Inocência cumprir o destino de uma submissa mulher do século XIX ou morrer de amor.

Crédito de imagem

[1] Editora Martin Claret (reprodução)

Por: Warley Souza

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