Você sabia que em se tratando de verbos expressos no futuro do presente e no futuro do pretérito podemos também fazer uso da próclise?
Pois bem, já percebeu quão rica é nossa língua? Sim, pois diante de tantas possibilidades que ela tem a nos oferecer só nos resta ampliar nossa competência linguística, de modo a enriquecer nossos discursos sempre que conveniente. Mas... falando da colocação pronominal, sem dúvida de que se trata de um assunto um tanto quanto complicado, dadas as muitas dúvidas que surgem no momento de empregar a forma adequada. Assim, em face dessa realidade, ocupemo-nos em conhecer as circunstâncias de uso referentes à mesóclise e à próclise:
Sabe-se que, em se tratando dos tempos antes mencionados (futuro do presente e do pretérito), o conveniente é fazer uso da mesóclise, como em:
Relatar-se-iam os acontecimentos passados.
Promover-se-ão ofertas imperdíveis durante o período de liquidação.
Afirma-se, de forma indiscutível, tratar-se de uma regra e, como tal, passível de ser seguida. Mas o que ocorre nos casos em que os verbos se encontram expressos no futuro, tanto do presente quanto do pretérito, quando há algum termo que impede de colocar em prática tais pressupostos (o uso da mesóclise)? Analise os enunciados abaixo:
Não os receberei em minha casa.
Possivelmente os receberei em minha casa.
É verdade que os receberia em minha casa, se tudo não tivesse ocorrido.
Nos dois primeiros exemplos constatamos que antes do pronome oblíquo átono há um adjunto adverbial, respectivamente de negação e de dúvida. Assim como no último dos exemplos citados há a presença do pronome relativo “que”.
Dessa forma, o uso da próclise é perfeitamente aceitável.