São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica. Conhecê-los colabora para a construção da coerência global de um texto.
Compreender a coerência e a coesão textual pode ajudar bastante na hora de organizar as ideias e passá-las para o papel. Além de serem elementos imprescindíveis para a construção de um bom texto, esses conceitos, na maioria das vezes, caminham de mãos dadas em uma redação: enquanto um está no plano das ideias e dos sentidos (coerência), o outro está no plano da estruturação das ideias, podendo influir também nos sentidos do texto (coesão).
Assim como existem os tipos de coesão, existem os tipos de coerência, fatores que colaboram para a construção da coerência global de um texto, principalmente dos textos não literários, já que os textos literários podem subverter aspectos semânticos e sintáticos. São seis os tipos de coerência:
→ Coerência sintática: é essencial para a eliminação da ambiguidade e está relacionada com o uso adequado dos conectivos, elementos essenciais para a estruturação e compreensão de um texto.
→ Coerência semântica: A Semântica é a área da Linguística que estuda o significado das palavras, ou seja, as relações entre os signos e os seus referentes. Quando falamos em coerência semântica, estamos nos referindo ao desenvolvimento das ideias de maneira lógica, sem apresentar desvios ou contradições.
→ Coerência temática: diz respeito ao tema, pois todos os enunciados de um texto precisam estar de acordo com o tema proposto, apresentando assim relevância e coerência. Os trechos irrelevantes devem ser evitados para não ocorrer comprometimento da coerência temática.
Conhecer os seis tipos de coerência textual pode ajudar bastante na hora de organizar as ideias no papel
→ Coerência pragmática: A Pragmática é a parte da Linguística que estuda o uso da linguagem, tendo em vista a relação entre os interlocutores e a influência do contexto. Dessa forma, a coerência pragmática refere-se ao texto como uma sequência de atos de fala, e todos os textos, sejam eles orais ou escritos, devem obedecer a essas sequências. Por exemplo, se o locutor ordena algo a alguém, é pragmaticamente impossível que ele faça, simultaneamente, um pedido. Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.
→ Coerência estilística: está relacionada com os níveis de fala, que devem estar adequados ao tipo de contexto. Se a variedade padrão for adotada, essa deverá ser preservada até o final do texto, evitando assim interferências da linguagem coloquial no registro escrito. Vale lembrar que a linguagem coloquial deve ser evitada na escrita, sobretudo nos textos não literários.
→ Coerência genérica: está relacionada com a escolha adequada do gênero textual, pois para cada ato de fala existe um gênero disponível, especialmente nos textos não literários. Por exemplo, se a intenção é anunciar algum produto nos anúncios classificados de um jornal, certamente a linguagem empregada deverá estar de acordo com a situação linguística, priorizando o uso de termos precisos que garantam clareza e objetividade para o texto.
Para que um texto seja considerado coerente, ele deve apresentar uma relação lógica e harmônica entre suas ideias. Não basta que ele tenha coesão, é fundamental que as suas partes também estejam conectadas no plano semântico, evitando assim deslocamentos de informações, lapsos e excesso de ideias e argumentos incoerentes.