Sujeito

Sujeito é a função sintática responsável por informar, na oração, quem pratica ou sofre a ação do verbo.

Sujeito — quem pratica ou sofre a ação do verbo.

Sujeito é a função sintática responsável por marcar, na oração, quem pratica ou sofre a ação verbal. Por isso, esse é um dos termos essenciais da oração, apesar de existirem também orações sem sujeito. Há cinco tipos de sujeito: simples, composto, elíptico/oculto/desinencial, indeterminado e inexistente. Além disso, o sujeito pode deslocar sua posição em relação ao predicado, tornando-o preposto ou posposto. Logo, é imprescindível conhecer essa função sintática tão importante para a oração.

Leia também: Termos constituintes da oração — essenciais, integrantes e acessórios

Resumo sobre o sujeito

  • O sujeito é a função sintática que determina quem pratica ou sofre a ação do verbo, ou seja, a quem o predicado se refere.

  • Os tipos de sujeito são: simples, composto, elíptico/oculto/desinencial, indeterminado e inexistente.

  • Na oração, o sujeito pode estar preposto (antes do verbo) ou posposto (depois do verbo).

  • Sujeito e predicado são os termos essenciais da oração. O predicado é tudo o que se declara sobre o sujeito, com exceção das orações sem sujeito.

Videoaula sobre o sujeito

O que é o sujeito?

Sujeito é o nome dado à função sintática que se encarrega de marcar aquele ou aquilo que pratica ou sofre a ação do verbo, ou seja, aquele ou aquilo a quem/que se refere a ação do predicado.

Existem algumas formas de identificar o sujeito das orações. A primeira delas é perguntar ao verbo: “Quem?”. Por exemplo, na oração: “Mário nadou na piscina.”, perguntamos: “Quem nadou na piscina?”. A resposta é “Mário”. Ele é o sujeito da oração. Podemos também identificar com quem o verbo da oração concorda, já que uma das regras da gramática da nossa língua é que o verbo deve sempre concordar com o sujeito. Veja os exemplos:

O governo é responsável por garantir o êxito da população. (sujeito: “O governo”)

O governo e a sociedade são responsáveis pelo êxito da população. (sujeito: “O governo e a sociedade”)

Note que no caso em que o sujeito está no singular (um núcleo), o verbo está no singular. Já no caso em que o sujeito está no plural (dois núcleos), o verbo também está no plural.

Tipos de sujeito

O sujeito pode ser simples ou composto, dependendo de quantos núcleos ele apresenta. Também pode ser elíptico/oculto/desinencial, indeterminado ou inexistente. Vejamos cada uma dessas situações.

  • Sujeito simples

O sujeito será simples quando apresentar apenas um núcleo. O núcleo é a palavra mais importante do sujeito, indispensável para o entendimento da informação. Vale lembrar que o núcleo do sujeito nunca estará preposicionado, ou seja, precedido de preposição. Observe:

O presidente aprovou a emenda.

O presidente do Brasil aprovou a emenda.

Quando perguntamos: “Quem aprovou a emenda?”, temos como resposta “o presidente”. Logo, esse é o sujeito da oração. O verbo “aprovou”, no singular, também concorda em número com o termo “o presidente”, confirmando-nos que este é mesmo o sujeito. “Presidente” é a palavra mais importante para a oração, logo esse sujeito é simples, pois nele há apenas um núcleo.

No segundo exemplo, ocorre a mesma situação, pois, como vimos, o núcleo do sujeito nunca está preposicionado, e o termo “do Brasil” está precedido de preposição, assim, ele não pode constituir núcleo. Por isso, no segundo caso, também temos um sujeito simples.

  • Sujeito composto

Seguindo a mesma linha do sujeito simples, o sujeito composto apresenta dois ou mais núcleos, ou seja, duas ou mais palavras indispensáveis para a informação trazida pelo predicado. Nesse caso, o verbo seguirá concordando com os núcleos do sujeito, logo estará no plural. Veja:

A agricultura e a pecuária são essenciais para a economia do país.

João, Pedro e Marcos apresentaram o trabalho de Matemática.

No primeiro caso, ambas as palavras são indispensáveis para a informação trazida pelo predicado. Quando perguntamos a ele: “Quem é essencial para a economia do país?”, obtemos como resposta: “Agricultura e pecuária”. Logo, as duas palavras compõem o sujeito. O mesmo ocorre no segundo exemplo, uma vez que “João, Pedro e Marcos” apresentaram o trabalho. Ressalta-se que em ambos os casos, os verbos principais dos predicados (“são” e “apresentaram”) estão no plural.

  • Sujeito elíptico, oculto ou desinencial

Esses casos acontecem em orações que têm sujeito, porém, ele está “escondido”, ou seja, está oculto, mas existe e pode ser determinado pela desinência verbal (por isso o termo “sujeito desinencial”). Veja os exemplos:

Estou preocupada com a situação do país.

Voltamos tarde da festa ontem.

Se perguntamos ao verbo: “Quem está?” e “Quem voltou?”, podemos reconhecer quem são os sujeitos das orações: os pronomes “eu” e “nós”. Assim, podemos identificar o sujeito; ele está apenas oculto.

(Eu) Estou preocupada com a situação do país.

(Nós) Voltamos tarde da festa ontem.

  • Sujeito indeterminado

Em todos os casos que vimos até aqui, os sujeitos das orações estão determinados, ou seja, é possível determiná-los, identificá-los, mesmo quando estão ocultos. Existem casos, no entanto, em que isso não é possível, ocorrendo o que conhecemos como sujeito indeterminado.

O sujeito será indeterminado quando:

→ o verbo estiver na terceira pessoa do plural e não for possível determinar quem desempenhou a ação verbal. Exemplos:

Falaram mal de você. (não é possível identificar quem falou)

Fizeram uma bagunça na casa. (não é possível identificar quem fez a ação)

→ o verbo estiver no singular seguido de índice de indeterminação do sujeito: “-se”. Exemplos:

Precisa-se de funcionários.

Sabe-se de coisas impressionantes do universo.

É impossível determinar quem precisa de funcionários ou quem sabe de coisas do universo, uma vez que o índice de indeterminação do sujeito atua exatamente para que ele não possa ser determinado. Além disso, como dito anteriormente, o núcleo do sujeito nunca poderá estar preposicionado, o que impede os termos posteriores (“funcionários” e “coisas impressionantes do universo”) de exercerem a função de sujeito.

Vale frisar que é importante não confundir o índice de indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora “-se”. A principal diferença entre eles é que a partícula apassivadora não indetermina o sujeito, apenas o transforma em voz passiva sintética, sendo possível determiná-lo. Com o índice de indeterminação, isso não acontece. Ademais, funcionando como sujeito das orações, os termos não estarão precedidos de preposição. Veja os exemplos:

Vendem-se casas na praia.

Quebrou-se a taça.

Nesses casos, podemos determinar os sujeitos: “casas na praia” e “taça”. Note que até mesmo o verbo concorda com o sujeito, uma vez que, nesses exemplos, o “-se” funciona como partícula apassivadora.

  • Sujeito inexistente

Diferentemente do sujeito que é determinado, mas está apenas oculto, o sujeito inexistente, como o nome já diz, não existe, pois é impossível identificá-lo gramaticalmente ou pelo contexto. Isso ocorre nas chamadas orações sem sujeito. Na língua portuguesa, essas orações são compostas principalmente pelos verbos que denotam fenômenos da natureza e por orações formadas por verbos impessoais, como “fazer” e “haver”. Veja exemplos de verbos que apresentam fenômenos da natureza:

Nevou em Minas Gerais na noite passada.

Choverá forte esta semana.

Se perguntamos: “Quem nevou?” ou “Quem choveu?”, jamais conseguiremos chegar a uma resposta. Isso ocorre porque o sujeito não existe, logo é impossível identificá-lo nesses casos. O mesmo ocorre com os verbos impessoais. Veja os exemplos:

Faz tempo que eu não a vejo.

três pessoas na sala.

Tem* muita gente na fila.
*Ressalta-se que esse uso do verbo “ter” pertence à modalidade informal.

Leia também: Tinha ou tinham? Quando o verbo ter é usado com o sentido de existir

Posição do sujeito na oração

O sujeito pode ocupar duas posições nas orações, sempre em relação ao verbo. Assim, ele pode ser preposto ou posposto. Quando o sujeito está antes do verbo, ele é chamado de preposto. Quando ele está depois do verbo, ele é chamado de posposto.

Exemplos:

Ana trabalha muito.

Assim são conhecidas as zonas de áreas florestais do país.

No primeiro exemplo, o sujeito está antes do verbo, por isso é preposto. No segundo exemplo, o sujeito está depois da locução verbal, por isso é posposto. Caso haja dúvida, você pode inverter o sujeito para sua ordem convencional: “As zonas de áreas florestais do país são conhecidas assim.” Ressalta-se que nas situações de sujeito posposto, a atenção à concordância deve ser redobrada.

Leia também: Tipos de predicado — verbal, nominal e verbo-nominal

Exercícios resolvidos sobre sujeito

Questão 1

(Fuvest) Assinale a alternativa em que há oração sem sujeito.

A) Existe um povo que a bandeira empresta.

B) Embora com atraso, haviam chegado.

C) Existem flores que devoram insetos.

D) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.

E) Há de haver recurso desta sentença.

Resolução:

Alternativa E

É a única oração que não pode ter um sujeito identificado, uma vez que é composta pelo verbo haver no seu modo impessoal. Na letra A, o sujeito está apenas posposto. Na letra B, o verbo “haviam” está flexionado na terceira pessoa do plural (eles), ou seja, o sujeito está indeterminado, porém existe. Na letra C há mais um caso de sujeito posposto. Na letra D, o sujeito é “alguns de nós”. A oração da letra E é uma oração sem sujeito, ou seja, o sujeito é inexistente.

Questão 2

(Osec-SP) Nas seguintes orações:

“Pede-se silêncio.”

“A caverna anoitecia aos poucos.”

“Fazia um calor tremendo naquela tarde.”

O sujeito se classifica respectivamente como:

A) indeterminado, inexistente, simples

B) oculto, simples, inexistente

C) inexistente, inexistente, inexistente

D) oculto, inexistente, simples

E) simples, simples, inexistente

Resolução:

Alternativa E

No primeiro caso, “silêncio” é o sujeito, já que o “-se” está funcionando como partícula apassivadora. Logo, trata-se de um sujeito simples. Metaforicamente, o verbo “anoitecer” está relacionado ao termo “A caverna”, o que torna o sujeito da sentença simples. No terceiro caso, o verbo “fazia” está em sua forma impessoal, ou seja, há uma oração sem sujeito.   

Por: Lorenna Isabella Pereira Souza

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

Demografia Chinesa
Império Bizantino
Espelhos esféricos: côncavos
A filosofia de Martin Heidegger
Todas as vídeo aulas

Versão completa