Em meio a dois porquês, estando você na incumbência de classificá-los, o que faria? Pois bem, tal questionamento, a princípio, pode ter parecido para você um tanto quanto vago, mas se torna recorrente, ainda que você não tenha percebido. Dessa forma, vamos aos enunciados, para que a nossa discussão ganhe um pouco mais de vivacidade e, sobretudo, clareza:
Não fomos ao cinema hoje, porque choveu durante a tarde inteira.
Têm ocorrido vários acidentes porque no local não há sinalização.
Infere-se, acerca do enunciado primeiro, que se trata de um fato (ter chovido durante a tarde inteira). Indo um pouco mais adiante com nosso raciocínio, constatamos que esse mesmo fato explica o outro, expresso na oração anterior (o fato de não termos ido ao cinema). Assim, cabe ressaltar que se trata de uma oração coordenada sindética explicativa, haja vista que sempre se encontra demarcada por um sinal de pontuação, no caso, a vírgula.
Referindo-nos ao segundo dos enunciados, o que se constata é que expressa um fato (o fato de no local não haver sinalização) que causa um efeito, sem dúvida (a ocorrência de vários acidentes). Nesse sentido, como se trata de um ato que, consequentemente, provoca outros, afirmamos se tratar de uma oração subordinada adverbial causal. Outro aspecto que também prevalece nos aspectos relacionados à classificação é que nesse caso, das subordinadas adverbiais causais, elas não aparecem demarcadas pelo uso da vírgula.
A título de desdobramentos acerca da semântica retratada por ambos os exemplos que nos subsidiaram nessa importante discussão, vejamos:
Os acidentes estão ocorrendo porque não há sinalização suficiente. (enunciado segundo)
Não pudemos ir ao cinema hoje, porque choveu durante a tarde inteira. (enunciado primeiro).