Resenha

A resenha é um gênero textual que tem a função de apresentar as principais informações de determinada obra – livro, filme, série, documentário, etc. – para apresentá-la aos leitores, preparando-os para o que encontrarão com a possível leitura. Em alguns contextos, essa descrição virá acompanhada de uma interpretação crítica.

Leia também: Quais são as diferenças entre tipos e gêneros textuais?

O que é resenha?

A resenha é um gênero textual que nasce da função de orientar os leitores sobre determinadas obras. Desse modo, esse gênero apresenta e descreve um outro texto, chamado de texto-fonte. Por meio dessa apresentação, o intuito é informar o leitor a respeito do que pode ser encontrado na leitura, além de, algumas vezes, acrescentar críticas à obra, permitindo assim uma análise mais crítica e profunda.

Apesar de poder se restringir ao aspecto descritivo, a resenha possui um forte valor interpretativo, ou seja, além de resumir as principais informações e estrutura do texto-fonte, ela também critica esse texto. Com o auxílio de outras leituras, o resenhador deve indicar quais são os pontos positivos e negativos da obra, bem como saber localizar em qual área do saber ela está inserida, a função e o público-alvo.

A resenha também apresenta uma certa variedade de subtipos, que se adaptam aos contextos de uso e às obras analisadas. É possível fazer uma resenha sobre um filme e analisar toda a sua composição estética, considerando a linguagem verbal e não verbal. É possível, também, resenhar um livro para adicionar a sites, com intuito de direcionar o grande público a respeito do conteúdo desse texto — nesse caso, o resenhador pode falar da divisão dos capítulos, da linguagem utilizada, etc.

Diferença entre resenha e resumo

Apesar de haver semelhanças entre resenha e resumo, esses gêneros possuem algumas diferenças em suas estruturas e funções. O resumo também tem o intuito de apresentar as principais informações de um texto, mas essa apresentação se dá de modo mais conciso e se restringe unicamente a resumir o texto na sua mensagem principal.

Diferentemente, a resenha, além de apresentar as informações principais, aprofunda-se em uma descrição mais detalhada da obra. Além disso, o resenhador pode adicionar análises críticas a respeito do texto-fonte, acrescentando certo juízo de valor. Mesmo a resenha descritiva, que não apresenta juízo de valor, aprofunda-se na apresentação da estrutura e das informações do texto, podendo indicar como ele é construído, as marcas diferenciais e outros detalhes relevantes.

Tipos de resenha

Pode-se falar em pelo menos três tipos de resenhas:

  • resenha descritiva;

  • resenha crítica;

  • resenha científica.

Essa subdivisão serve para especificar alguns detalhes que diferenciam a maneira como a resenha vai se aprofundar e interpretar o texto-fonte.

A resenha descritiva é a mais semelhante ao resumo, pois não apresenta juízo de valor nem interpretações críticas sobre o texto-fonte. Entretanto, ela pode se aprofundar nas características estruturais do texto, apontar pontos de destaque, além de indicar o possível público-alvo. É um tipo que se adéqua para apresentações de obras a grande público, onde não se pretende julgar a qualidade das informações, mas descrever como elas são desenvolvidas no texto-fonte.

A resenha crítica resume e interpreta o texto-fonte. Nesse gênero, o resenhador descreverá como a obra é organizada e quais informações ela apresenta, acrescentando um juízo de valor, baseado em argumentos sólidos, sobre os pontos positivos e negativos da obra. É um tipo de resenha que serve a ambientes mais especializados, onde o leitor deseja não apenas saber quais as informações do texto-fonte, como também deseja um parecer crítico a respeito da qualidade do texto.

A resenha científica se assemelha à resenha crítica, mas se restringe a analisar textos de cunho científico e faz uma análise também científica a respeito do texto-fonte. Nesse sentido, toda a crítica feita à obra precisa ser embasada em pesquisas alinhadas aos parâmetros e paradigmas científicos. Esse gênero é utilizado principalmente no ambiente acadêmico.

Veja também: O que é um ensaio crítico?

Estrutura e características da resenha

A resenha é um gênero interpretativo que resume e analisa um texto-fonte.

A resenha possui uma estrutura linear que acompanha o desenvolvimento da obra, ou seja, ela deve organizar as suas informações de acordo com a organização do texto-fonte, respeitando a ordem em que as coisas são apresentadas nele. De modo geral, as resenhas se dividem em três partes:

  • apresentação;

  • descrição;

  • avaliação.

No início, a apresentação. O essencial é que a resenha apresente as informações principais do texto-fonte, indicando a referência do texto, autor, título, editora, ano de publicação, área de saber, etc.. Nesse momento, o leitor conhece a obra que será resenhada.

No segundo momento, a descrição. O resenhador deve se ater a uma descrição mais profunda do texto-fonte, indicando as partes do texto e o que cada uma delas apresenta, além de falar sobre a organização do texto e outras características da estrutura da obra analisada.

Por fim, na avaliação, apresenta-se uma leitura crítica sobre a obra, indicando quais funções e à qual público-alvo o texto-fonte se destina. No caso de resenhas críticas e científicas, é o momento em que o resenhador pode apresentar suas críticas embasadas, indicando pontos positivos e negativos.

Além dessa estrutura, outras características são essenciais nesse gênero. É importante alternar a voz do resenhador com a voz do autor do texto-fonte. Sendo assim, é necessário utilizar elementos que marquem essas alternâncias, como “segundo x”; “de acordo com x”.

Ademais, é comum o uso de verbos de ação, como “classifica”, “analisa”, “compara”, “propõe”, para indicar os movimentos que o autor do texto faz na sua escrita. E, por fim, a marcação temporal — “inicialmente”, “em seguida” —, para marcar a sequência cronológica das informações do texto.

Como fazer uma resenha?

Para fazer uma resenha, antes de tudo, é necessário realizar uma leitura profunda da obra que será analisada, ou seja, é importante que o texto seja observado em seus detalhes, na maneira como é construído, para que seja possível, assim, resenhar o texto-fonte com qualidade.

Na hora da escrita, o primeiro passo deve ser indicar a referência do texto analisado. No caso de livros, por exemplo, o resenhador deve indicar:

  • nome do autor;

  • título;

  • edição;

  • editora;

  • local;

  • ano.

Essa informação deve vir indicada no topo da primeira página, separada do corpo do texto.

Em seguida, no primeiro parágrafo, deve-se iniciar a apresentação da obra, informando os nomes do título e autor do texto-fonte, indicando o assunto do qual trata o texto, em qual área está situada, podendo-se já acrescentar uma breve análise crítica a respeito da importância e qualidade do texto-fonte.

Após o momento inicial, é necessário descrever o texto-fonte, informar sobre a organização da estrutura, dos capítulos e subcapítulos, e também ir acrescentando interpretação sobre as partes. Aqui cabe informar pontos diferenciais da obra analisada, utilização de outros tipos de linguagem, estética, estrutura, etc.

Na terceira parte, a avaliação dedica-se a uma análise crítica e interpretativa do texto-fonte, na qual o resenhador pode adicionar outras leituras sobre o tema, para corroborar ou contrapor à obra principal, além de informar contradições ou destaques que o texto apresenta. Também é o momento de indicar ou não a leitura do texto, considerando o público-alvo.

Por: Talliandre Matos

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