Falar sobre a receita culinária instiga-nos a fazer uma breve menção aos chamados “gêneros textuais”, cuja característica principal se demarca por representar as distintas situações sociocomunicativas que norteiam nosso cotidiano. Eles, por sua vez, tendo em vista as finalidades a que se pretende perante uma dada comunicação, constituem-se de características distintas, sendo que esses fins podem se definir pelo ato de informar, persuadir, instruir, especificamente dizendo. De modo específico porque nessa oportunidade que agora se efetiva, reservamo-nos ao direito de dar um pouco mais de ênfase às características que demarcam a receita culinária, como já abordada no início do texto.
Trata-se de uma situação de comunicação bastante recorrente, cujo aspecto instrutivo se revela pelos procedimentos a serem tomados mediante a realização, a feitura de um determinado prato gastronômico. Dessa forma, para que tornemos tais instruções materializadas, observemos o modo como devemos proceder ao fazermos uma saborosa pizza:
Ingredientes:
1 colher de açúcar
1 colher de margarina
1 ovo
1 pitada de sal
1 copo americano de leite morno
1 sachê de fermento em pó
1/2 kg de farinha de trigo, aproximadamente.
1 colher de óleo
Modo de preparo:
Coloque a margarina, o ovo, o açúcar, o fermento em pó e o leite morno para baterem no liquidificador. Depois de tal procedimento, despeje-os num recipiente e adicione a pitada de sal e a colher de óleo. Em seguida, vá colocando a farinha de trigo até formar uma massa homogênea, consistente. Coloque-a para descansar, e depois disso, abra-a numa forma untada com margarina ou óleo, recheando com os ingredientes que desejar. Coloque para assar em forno médio por aproximadamente 30 minutos. Sirva quente e saboreie à vontade.
Eis que em se tratando das características linguísticas de que perfaz o gênero em questão, a que mais se ressalta é, sobretudo, o uso dos verbos no modo imperativo, justamente para orientar, conduzir o interlocutor acerca da forma como proceder. Outro aspecto diz respeito à clareza e precisão do discurso, haja vista que nenhum aspecto subjetivo se fez predominante, pois o sucesso do prato, ou seja, o sabor obtido deve-se à forma como as instruções foram repassadas, assim, tudo tem de ser esclarecido da melhor forma possível, longe de rodeios, de múltiplas interpretações.
Ainda nos atendo à forma como o discurso foi construído, não é irrelevante afirmarmos que ele se compôs de duas partes principais: primeiro, quais e a quantidade de ingredientes necessária na elaboração do prato. Em seguida, o modo de preparo, isto é, como devemos proceder para se chegar ao produto final, digamos assim.