Pronomes oblíquos como complementos verbais

Sintaticamente dizendo, os pronomes oblíquos podem atuar como complementos verbais

Os pronomes oblíquos, como é sabido, classificam-se em átonos (me, te, lhe, o, a, se, nos, vos, lhes, os, as) e tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas). Dessa forma, morfologicamente dizendo, assumem a posição de pronomes mesmo, contudo, em se tratando da sintaxe, eles desempenham funções distintas, a depender da relação que estabelecem com o verbo, haja vista que essa relação pode ser manifestada ou não pelo uso da preposição. Assim dizendo, cabe ressaltar que atuam como complementos verbais. Vejamos cada caso em particular:

* Os pronomes o, a, os as (lo, la, los, las, no, na, nos, nas)  desempenham a função de objeto direto. Constatemos, pois, alguns casos:

Vi-o saindo do shopping.
Apresentei-a aos convidados.
Deixei-os sair um pouco.

* O pronome oblíquo “lhe” (lhes) sempre atuará como objeto indireto.

Entreguei-lhes as encomendas.
Concederam-lhe um bom desconto nas mercadorias.

* Os pronomes me, te, se, nos, vos (formas átonas) e as formas tônicas a mim, a ti, a si, a nós e a vós podem atuar ora como objeto indireto, ora como direto. Constatemos acerca de alguns pressupostos:

* Quando são permutáveis (passíveis de serem substituídos) por um substantivo não obrigatoriamente precedido de uma preposição, atuam como objeto direto. Vejamos:

Os elogios alegraram-me.
Os elogios alegraram a mim.

Constatamos que os pronomes em questão (me, mim) podem ser substituídos por um substantivo, como, por exemplo, a garota.

Além disso, inferimos que o verbo alegrar se classifica como transitivo direto, pois quem alegra, alegra alguém.

* No caso de serem permutáveis por um substantivo, obrigatoriamente precedido de uma preposição, atuam como objeto indireto. Observemos:

A proposta interessa-me.
A proposta interessa a mim.

Aqui da mesma forma, ou seja, tais pronomes (me, mim) podem ser substituídos por um substantivo, porém precedido de uma preposição, como por exemplo, à garota.

Inferimos, portanto, que o verbo interessar se classifica como transitivo indireto, haja vista que se algo interessa, interessa alguém.

* Podem também atuar como objeto pleonástico, em virtude de escolhas estilísticas advindas do próprio emissor, cujo intento é conferir um caráter enfático à mensagem. Nesse sentido podem se classificar tanto como direto quanto indireto. Vejamos ambos os casos:

As fotos da viagem, guardou-as com carinho.

Aos clientes novatos, não lhes concedemos desconto algum.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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