Poema

Poema é o texto escrito em versos. Ele pode ser narrativo, lírico ou dramático.

O poema é uma estrutura literária utilizada há séculos.

Poema é um texto literário composto por versos. Esses versos podem ser regulares (com métrica e rimas), brancos (com métrica e sem rimas) ou livres (sem métrica e sem rimas). Um poema pode ser narrativo, épico, lírico ou dramático.

Leia também: Eu lírico — detalhes sobre a voz que enuncia o poema

Resumo sobre poema

  • Poema é um texto literário escrito em versos regulares, brancos ou livres.

  • A estrofe de um poema é classificada segundo o número de versos que ela tem.

  • O poema pode apresentar caráter narrativo, épico, dramático ou lírico.

  • Enquanto o poema é um texto literário escrito em versos, a poesia está relacionada a um conteúdo lírico, conotativo e ambíguo.

  • A poesia pode ser escrita em versos (poema lírico) ou em prosa (prosa poética).

O que é poema?

O poema é um texto de caráter literário e composto por versos. Assim, o que o define é a sua estrutura, ou seja, um texto escrito em forma de versos.

Quais são as características do poema?

Os versos do poema podem ser regulares, brancos ou livres. Os versos regulares são aqueles com metrificação e rimas. Os versos brancos são aqueles com metrificação e ausência de rimas. Os versos livres são aqueles sem metrificação e sem rimas.

O poema apresenta uma ou mais estrofes, classificadas de acordo com o número de versos. Assim, de um a dez versos, a estrofe pode ser assim nomeada: monóstico, dístico, terceto, quarteto, quinteto, sexteto, sétima, oitava, novena e décima. Para saber mais detalhes sobre os versos e as estrofes de um poema, clique aqui.

Estrutura do poema

Cada linha de um poema é chamada de verso, e os versos compõem as estrofes. Cada estrofe tem certo número de versos, os quais podem estar metrificados ou não, apresentar rimas ou não.

Acesse também: Afinal, como contar as sílabas poéticas?

Quais são os tipos de poema?

Poema épico ou narrativo

O poema épico ou narrativo tem um narrador, o qual usa os versos para contar uma história. O caráter épico do poema reside no fato de a história narrada mostrar grandes feitos e a figura de um herói ou de uma heroína. Nesse sentido, todo poema épico é narrativo, mas nem todo poema narrativo é épico. A presença do herói é que dá à narrativa um aspecto épico.

Poema dramático

O poema de cunho dramático consiste em uma peça de teatro escrita em versos. Por isso, apresenta fala de personagens e as rubricas (ou instruções) do dramaturgo.

Poema lírico

O poema lírico não conta uma história nem apresenta caráter teatral, ele é construído com o objetivo de expressar emoções, ideias, sensações, desejos e sentimentos do eu lírico.

Como fazer um poema?

  • Escolha o tipo de poema: épico, narrativo, dramático ou lírico.

  • Decida se os versos serão regulares, brancos ou livres.

  • Defina que tipo de estrofes será utilizado no poema.

  • Se o poema for narrativo, é necessário criar a história que será versificada, além dos personagens.

  • Se for épico, é preciso construir um protagonista heroico e planejar seus grandes feitos.

  • Se dramático, construa a trama e crie os personagens nela envolvidos.

  • Depois de definidos os personagens e criar a história ou a trama, é hora de colocar tudo em versos.

  • Se lírico, o poema deve ser usado para expressar ideias ou emoções por meio de palavras plurissignificativas.

  • Seja qual for o tipo de poema, você precisa conhecer as regras de metrificação para os versos regulares e brancos.

  • Depois de tudo planejado, mãos à obra, pois condensar uma história, ideias ou sentimentos em uma estrutura poética dá muito trabalho.

Exemplos de poema

Exemplo de poema épico ou narrativo

Os Lusíadas é o principal poema épico da literatura em língua portuguesa.[1]

A seguir, uma estrofe do longo poema Os Lusíadas, do poeta português Luís Vaz de Camões (1524-1580). Narrativa composta por versos decassílabos e que tem Vasco da Gama como herói:

Já o raio Apolíneo visitava
Os montes Nabateios acendido,
Quando o Gama co’os seus determinava
De vir por água a terra apercebido;
A gente nos batéis se concertava,
Como se fosse o engano já sabido;
Mas pôde suspeitar-se facilmente,
Que o coração pressago nunca mente.|1|

Exemplo de poema dramático

A seguir, um trecho da peça Auto da barca do inferno, do dramaturgo português Gil Vicente (1465-1536). Assim, temos as falas dos personagens, escritas em versos rimados, a maioria em redondilha maior (versos de sete sílabas poéticas):

DIABO
À barca, à barca, houlá!
que temos gentil maré!
— Ora venha o carro a ré!

COMPANHEIRO
Feito, feito!

DIABO
Bem está!
Vai tu muitieramá,
atesa aquele palanco
e despeja aquele banco
para a gente que virá.

À barca, à barca, hu!
Asinha, que se quer ir!
Oh, que tempo de partir,
louvores a Belzebu!
— Ora, sus! que fazes tu?
Despeja todo esse leito!
[…]|2|

Exemplo de poema lírico

No soneto “A um poeta”, do livro Mármores, da poetisa parnasiana Francisca Júlia (1871-1920), o eu lírico, por meio de versos alexandrinos (doze sílabas poéticas), expressa a emoção provocada pela poesia de certo poeta:

Poeta, quando te leio, a angústia dolorida
Que te mina a existência e que em teu peito impera,
Faz-me também sofrer, d’alma se me apodera,
Como se da minh’alma ela fosse nascida.

Sinto o que sentes: ora a lágrima sincera
Que foi pela saudade ou pelo amor vertida,
Ora a mágoa que habita em tua alma, — guarida
Onde a negra legião das mágoas se aglomera.

Não há nos versos teus um sentimento alheio
A esse teu coração macerado de fráguas;
Há neles ora o suave e módulo gorjeio

Das aves, ora a queixa harmônica das águas...
Leio os teus versos; e, em minh’alma, quando os leio,
Vai gemendo, em surdina, a música das mágoas…|3|

Qual a diferença entre poema e poesia?

Poema

Poesia

Estrutura literária composta por versos metrificados ou não, estrofes e, possivelmente, rimas.

Conteúdo literário que apresenta sentido figurado, ambiguidade e estranheza. A poesia pode ser escrita em verso (poema lírico) ou em prosa (prosa poética).

Notas

|1|CAMÕES, Luiz de. Os Lusíadas. Lisboa: Pereira & Amorim, 1881.

|2|VICENTE, Gil. Auto da barca do inferno. Rio de Janeiro: BestBolso, 2011.

|3|SILVA, Francisca Júlia da. Mármores. Brasília: Senado Federal, 2020.

Crédito da imagem

[1]Edições Livre (reprodução)

Fontes

CAMÕES, Luiz de. Os Lusíadas. Lisboa: Pereira & Amorim, 1881.

GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. 13. ed. São Paulo: Ática, 2001.

GOULART, Audemaro Taranto; SILVA, Oscar Vieira da. Introdução ao estudo da literatura. Belo Horizonte: Lê, 1994.

SILVA, Francisca Júlia da. Mármores. Brasília: Senado Federal, 2020.

VICENTE, Gil. Auto da barca do inferno. Rio de Janeiro: BestBolso, 2011.

      

Por: Warley Souza

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