Pepetela

Pepetela é um dos principais autores angolanos da contemporaneidade. Suas obras apresentam caráter político e histórico. Seu livro mais conhecido é o romance “Mayombe”.

O autor angolano Pepetela.

Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos) nasceu em 29 de outubro de 1941, na cidade angolana de Benguela. Mais tarde, morou em Portugal, França e Argélia, onde se formou em Sociologia. Fez parte da luta armada pela independência de Angola e foi vice-ministro da Educação do país independente.

O escritor foi o primeiro angolano a receber o importante Prêmio Camões. Suas obras pertencem à literatura contemporânea e têm caráter político. Além disso, são caracterizadas pela ironia e pela valorização da identidade cultural. Assim, o romance mais famoso do autor é Mayombe.

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Resumo sobre Pepetela

  • O autor angolano Pepetela nasceu em 1941, na cidade de Benguela.

  • Além de escritor, foi guerrilheiro, vice-ministro e professor universitário.

  • Suas obras pertencem à literatura contemporânea de Angola.

  • Seus livros possuem caráter anticolonialista, nacionalista e realista.

  • O livro Mayombe é o seu romance mais conhecido.

Biografia de Pepetela

Pepetela é o nome de guerra do escritor Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos. Assim, após a Guerra da Independência de Angola, o autor passou a utilizar esse nome também como pseudônimo. Nascido em 29 de outubro de 1941, na cidade de Benguela, ele é um dos mais famosos escritores angolanos.

Com 15 anos de idade, foi morar na cidade de Lubango, lugar em que adquiriu sua consciência política. Apesar de ser um anticolonialista, mudou-se, em 1958, para Portugal, onde estudou no Instituto Superior Técnico e na Universidade de Lisboa. Ali, participou das reuniões anticolonialistas da Casa dos Estudantes do Império.

Porém, em 1962, o romancista foi para a França, pois não aceitava a obrigação de integrar o exército colonial português. Dali, partiu para a Argélia e estudou sociologia. Além disso, foi um dos fundadores do Centro de Estudos Angolanos e se filiou ao Movimento Popular de Libertação de Angola, o MPLA.

Mais tarde, voltou para seu país natal e, de 1969 a 1974, participou da guerra pela independência. Também dirigiu os departamentos de Educação e Cultura e de Orientação Política do MPLA. Já em 1973, publicou seu primeiro romance: As aventuras de Ngunga. Dois anos depois, foi declarada a independência de Angola.

Então, Pepetela assumiu o cargo de vice-ministro da Educação, além de ser um dos fundadores da União dos Escritores Angolanos. Deixou o cargo governamental em 1982 e o partido no ano seguinte. Paralelamente à sua carreira de escritor, passou a atuar como professor universitário.

Premiações recebidas por Pepetela

  • Prêmio Nacional de Literatura (1980 e 1985) — Angola

  • Prêmio Especial dos Críticos de São Paulo (1993) — Brasil

  • Camões (1997) — Brasil/ Portugal

  • Prinz Claus (1999) — Holanda

  • Prêmio Nacional de Cultura (2002) — Angola

  • Escritor Galego Universal (2007) — Espanha

  • Rosalía de Castro (2014) — Espanha

  • Fonlon-Nichols (2015) — Associação de Literatura Africana (ALA)

  • Casino da Póvoa (2020) — Portugal

  • Prêmio dstangola/Camões (2021) — Angola

Características literárias de Pepetela

As obras do escritor Pepetela pertencem à literatura contemporânea produzida em Angola e possuem estas características:

  • temática sociopolítica;

  • anticolonialismo;

  • valorização cultural;

  • nacionalismo;

  • crítica à corrupção;

  • ironia;

  • elementos históricos;

  • perspectiva realista.

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Principais obras de Pepetela

Romances

  • As aventuras de Ngunga (1973)

  • Muana Puó (1978)

  • Mayombe (1980)

  • O cão e os caluandas (1985)

  • Yaka (1985)

  • Lueji, o nascimento de um império (1989)

  • A geração da utopia (1992)

  • O desejo de Kianda (1995)

  • Parábola do cágado velho (1996)

  • A gloriosa família (1997)

  • A montanha da água lilás (2000)

  • Jaime Bunda, agente secreto (2001)

  • Jaime Bunda e a morte do americano (2003)

  • Predadores (2005)

  • O terrorista de Berkeley, Califórnia (2007)

  • O quase fim do mundo (2008)

  • O planalto e a estepe (2009)

  • A Sul. O sombreiro (2011)

  • O tímido e as mulheres (2013)

  • Se o passado não tivesse asas (2016)

  • Sua Excelência de corpo presente (2018)

Peças teatrais

  • A corda (1978)

  • A revolta da casa dos ídolos (1979)

Contos e crônicas

  • Contos de morte (2008)

  • Crônicas com fundo de guerra (2011)

  • Crônicas maldispostas (2015)

Mayombe

Mayombe é o romance mais famoso de Pepetela. Publicado, pela primeira vez, em 1980, é uma ficção histórica. Assim, conta a história dos guerrilheiros em Angola, durante a luta pela independência do país. A ação principal se passa na floresta do Mayombe, onde está a base guerrilheira.

A narrativa possui mais de um narrador: os personagens Teoria, Milagre, Mundo Novo, Muatiânvua, André, Chefe do Depósito, Chefe de Operações, Lutamos e o Comissário Político. Uma vez que são guerrilheiros, os personagens usam nomes de guerra, como o Sem Medo, um dos protagonistas da história.

São poucas as figuras femininas no romance, cujos personagens são predominantemente homens. Manuela aparece apenas na lembrança de seu ex-namorado Teoria. Já a camarada Ondina apresenta protagonismo na história. No entanto, ela é vista como centro de rivalidade amorosa entre três homens.

Ondina é namorada do Comissário, mas acaba tendo um caso com André. Ela e o namorado conversam e, apesar da traição, continuam o namoro, que não dura muito. Então Ondina e Sem Medo iniciam um relacionamento amoroso. O relacionamento entre os dois chega ao fim quando Sem Medo é transferido para outra base.

Questões culturais também são expostas no livro, principalmente em relação à miscigenação e à diversidade étnica dos guerrilheiros, que, apesar da rivalidade, estão unidos na luta contra os tugas (portugueses). E não estão apenas envolvidos na luta armada, mas também na tarefa de politizar os trabalhadores angolanos.

  • Videoaula com a análise de Mayombe

Créditos da imagem

[1] Jmendez~commonswiki/ Commons

Por: Warley Souza

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